OS BEBÊS E AS CAIXAS: BRINCADEIRAS E INTERAÇÕES VIVIDAS NO ESTÁGIO EM EDUCAÇÃO INFANTIL
Palavras-chave:
Educação Infantil; Estágio Supervisionado; Bebês; Brincadeira; Autonomia.Resumo
Este trabalho apresenta parte da experiência desenvolvida no Estágio Curricular Supervisionado em Educação Infantil, realizado com uma turma de Berçário I, que atendia bebês de 5 meses a 1 anos e 6 meses, em uma escola privada do município de Erechim/RS. O estágio, desenvolvido em 100 horas, foi estruturado em três etapas: observação, planejamento e monitoria. Na fase inicial, as observações permitiram compreender aspectos do cotidiano dos bebês, como alimentação, sono, higiene, brincadeiras, interações e as formas de comunicação não verbal, fundamentais para interpretar seus interesses e necessidades. A partir desses registros, elaborou-se um planejamento pedagógico com intencionalidade, flexibilidade e foco na criança como sujeito de direitos, conforme orientam a Base Nacional Comum Curricular para a Educação Infantil (BNCCEI) e o Documento Orientador do Território Municipal de Erechim (DOTMEEI). Desse modo, o percurso investigativo teve como temática central “Os bebês e as caixas”, pois compreende-se a importância dos bebês em explorar objetos que possibilitassem entrar, sair, empilhar e manipular, afinal estão vivendo um processo de brincar heurístico. O planejamento foi organizado em duas dimensões: contextos e sessões. No contexto foi possível repensar os espaços da sala de referência, bem como os momentos de alimentação, sono, higiene e hidratação, a fim de oferecer mais autonomia e interações para os bebês da turma. As propostas investigativas com as caixas foram organizadas em sessões, contemplando brincadeiras organizadas em espaços com caixas de diferentes materiais, como papelão, plástico e madeira. As brincadeiras e interações dos bebês possibilitaram experiências sensoriais, motoras e simbólicas. As explorações evidenciaram a importância do brincar heurístico para o desenvolvimento da autonomia, da linguagem, da criatividade e da socialização dos bebês. Além disso, foi realizada uma adaptação específica para uma bebê de seis meses, com propostas envolvendo tecidos, mordedores, músicas, parlendas e literatura, respeitando seu tempo e suas formas de interação, que ainda eram muito diferentes dos demais bebês, que já se locomoviam engatinhando e andando. A experiência de estágio possibilitou refletir sobre a relevância da intencionalidade docente na organização dos espaços e contextos educativos, bem como sobre os desafios enfrentados na Educação Infantil, como a necessidade de infraestrutura adequada para atender os bebês, principalmente a necessidade de salas amplas, arejadas e bem equipadas e a valorização profissional e a formação continuada dos profissionais que nessa etapa atuam. Constatou-se que o estágio representa um espaço privilegiado de articulação entre teoria e prática, permitindo à estagiária ressignificar sua própria formação docente e compreender a potência das interações e experiências no cotidiano dos bebês.
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