EFICIÊNCIA REPRODUTIVA EM REBANHOS LEITEIROS NA AGRICULTURA FAMILIAR NO MUNICÍPIO DE REALEZA – PARANÁ

Autores

  • Marcos Azeredo
  • Maria Eduarda Pogorzelski
  • Daniele Hiert
  • Gabriela Fagundes
  • Maria Saggin
  • Nicole Marcom
  • Leticia Azevedo
  • Adalgiza Neto

Palavras-chave:

eficiência reprodutiva, rebanhos leiteiros, agricultura familiar, manejo reprodutivo.

Resumo

 

A agricultura familiar no Brasil, especialmente no Estado do Paraná, é essencial para a produção leiteira, com o estado ocupando a segunda posição no ranking nacional de produção de leite em 2022. A região Sudoeste do Paraná, em particular, destacou-se ao produzir mais de um milhão de litros de leite em 2020, tornando de suma importância o acompanhamento técnico, principalmente relativo ao melhoramento genético, visando rebanhos eficientes, e consequentemente uma maior participação econômica. Objetivou-se com esse estudo diagnosticar a eficiência reprodutiva de rebanhos leiteiros provenientes de propriedades da agricultura familiar no município de Realeza, Paraná. Para tanto, 156 fêmeas bovinas púberes, foram submetidas a exames ginecológicos, diagnósticos de gestação e análises de escore de condição corporal, em dez propriedades. Os dados coletados foram analisados para correlacionar a taxa de gestação com variáveis zootécnicas, como idade, escore de condição corporal, número de partos, tipo e número de serviços, e categoria dos animais (5% significância). Os resultados indicaram média de 15,6 ± 7,58 fêmeas bovinas púberes por propriedade, com uma prevalência de 25,64% de fêmeas acíclicas e 55,13% de fêmeas gestantes. A avaliação da saúde uterina revelou que 1,92% das fêmeas apresentaram sinais sugestivos de infecção. A maioria das fêmeas avaliadas apresentou idade superior a 60 meses, o que contrasta com estudos anteriores que indicaram idades médias menores. A distribuição dos partos mostrou que 33,33% das fêmeas já haviam parido mais de três vezes, refletindo idade avançada dos animais e a predominância de fêmeas multíparas (72,44%) nos rebanhos estudados. O escore de condição corporal, por sua vez, foi de até 3,0 pontos na maioria dos rebanhos analisados. Além disso, constatou-se que 66,03% das fêmeas foram submetidas a monta natural, prática que acarreta riscos como a transmissão de doenças venéreas. No entanto, a taxa de gestação não se mostrou influenciada pelas variáveis zootécnicas analisadas. Esses achados evidenciaram a necessidade de melhorias no manejo reprodutivo e na saúde dos rebanhos, visando não apenas aumentar a eficiência reprodutiva, mas também potencializar a produção de leite e a rentabilidade nas propriedades estudadas. A pesquisa sublinha a importância de registros detalhados dos dados reprodutivos das fêmeas bovinas, que são essenciais para a gestão eficiente das propriedades leiteiras. Conclui-se assim que a eficiência reprodutiva das fêmeas bovinas em rebanhos da agricultura familiar no município de Realeza apresenta desafios significativos que necessitam ser abordados. A implementação de práticas adequadas de manejo e saúde reprodutiva é fundamental para garantir a sustentabilidade e a lucratividade da atividade leiteira, considerando a relevância econômica e social da produção de leite para as famílias agricultoras. Sugere-se ainda que, diante do entendimento das contribuições desse estudo e das condições atuais, o desenvolvimento de futuras intervenções e pesquisas na área, visando aprimorar a eficiência reprodutiva e a produtividade do setor leiteiro em regiões de agricultura familiar.

Publicado

24-10-2025

Edição

Seção

Ciências Agrárias - Extensão & Cultura - Campus Realeza