TRATAMENTO DA LAMINITE EM EQUINOS: UMA REVISÃO INTEGRATIVA DA LITERATURA
Palavras-chave:
Equinos, Afecções podais; Aguamento; Pododermatite Séptica.Resumo
A laminite se destaca por sua gravidade e desafio terapêutico, sendo uma das doenças mais comuns e desafiadoras na clínica. Trata-se de uma inflamação das lâminas do casco, responsáveis por unir a falange distal à parede do casco. A doença compromete a integridade dessa união, gerando dor intensa, claudicação e, nos casos severos, rotação ou afundamento da falange distal. Animais acometidos podem apresentar relutância em se movimentar, decúbito esternal ou lateral, devido ao quadro de debilitação. O manejo nutricional adequado, a manutenção correta dos cascos e a permanência em ambiente limpo e seco são fundamentais para prevenir a doença, que apresenta alto índice de reincidência e evolução prolongada. O prognóstico depende diretamente da rapidez no diagnóstico e início do tratamento, sendo a preservação da mobilidade essencial para evitar danos estruturais irreversíveis. A presente revisão analisou artigos publicados nos últimos dez anos, utilizando os descritores “Equinos”, “Afecções podais”, “Aguamento” e “Pododermatite Séptica”, em bases como Google Acadêmico e Scielo. Os estudos selecionados embasaram a discussão sobre as formas terapêuticas. Ressalta-se que o tratamento convencional não deve ser substituído, mas associado a terapias complementares, visando reduzir o uso excessivo de anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs) e a resistência a medicamentos. Entre as medidas complementares, a crioterapia é altamente eficaz na fase aguda, pois inibe a atividade das proteases que iniciam o processo de degradação das lâminas, reduzindo a ativação enzimática e preservando as mesmas. A fluidoterapia é utilizada para estabilização do paciente, quando necessário, corrigindo desequilíbrios eletrolíticos, enquanto terapias ortobiológicas, como plasma rico em plaquetas e células-tronco mesenquimais, favorecem a vascularização e a regeneração tecidual. A associação com AINEs permanece indispensável, a Fenilbutazona (2,2 -4,4 mg/kg, intravenosa ou oral, a cada 12 horas), Flunixin Meglumine (0,5 a 1,1 mg/kg, duas vezes ao dia, IV) é indicado para endotoxemia e o Meloxicam, ambos atuando na inflamação, edema e dor. Já o DMSO (dimetilsulfóxido), com efeito antioxidante, é administrado na dose de 0,1 a 1,0 g/kg IV, diluído em fluido poliônico com dextrose (10 a 20%), a cada 8 ou 12 horas. Além disso, intervenções biomecânicas, como casqueamento é indispensável, associado a ferraduras terapêuticas quando indicado, auxiliam na redistribuição do peso e na redução da pressão sobre áreas lesionadas. O tratamento da laminite deve ser entendido como uma abordagem integrada, unindo medidas tradicionais e complementares para o controle da dor e da inflamação, buscando restaurar a funcionalidade do casco, preservar a mobilidade e promover qualidade de vida e bem-estar aos equinos acometidos.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Tainara Natalia dos Santos Mattos, Mariana Santos, Luiz Gustavo Oliveira da Fonseca, Maxweel Sabino Rebouças Ximendes da Silva, Thaylon Gabriel Bernardi, Milenna Baggio, Dalila Moter Benvegnú, Bianca de Fatima Dallo

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.

