INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL E ODS 8: DESAFIOS PARA O TRABALHO DECENTE E O DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO SUSTENTÁVEL
Palavras-chave:
Trabalho decente. Desenvolvimento econômico. Desigualdade social. Regulação da inteligência artificial.Resumo
O presente estudo examina a interface entre o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 8 (ODS 8 – Trabalho Decente e Crescimento Econômico) e as transformações desencadeadas pela Inteligência Artificial (IA), destacando seus potenciais efeitos sobre as dimensões sociais, econômicas e políticas do trabalho. Metodologicamente, adota-se uma abordagem qualitativa, de caráter exploratório e analítico, fundamentada em pesquisa bibliográfica e documental, a fim de problematizar os dilemas impostos pela economia digital e pela automação inteligente. Discute-se, inicialmente, a complexidade da implementação dos ODS em países em desenvolvimento, enfatizando o ODS 8 como eixo estratégico para a promoção da justiça social e da sustentabilidade econômica. A análise evidencia as tensões do mundo laboral contemporâneo, caracterizado pela flexibilização das relações de trabalho, pela precarização estrutural, pela expansão da gig economy e pelo impacto da IA sobre ocupações tradicionais e emergentes. Os resultados revelam que, no contexto brasileiro, a efetividade do ODS 8 é comprometida por fatores externos — tais como guerras, crises pandêmicas e reconfiguração de mercados globais — e internos, como a intensificação da polarização política e a ascensão de agendas de extrema direita, que fragilizam o debate democrático sobre políticas públicas inclusivas. Além disso, a pesquisa relaciona as dificuldades de implementação das metas do ODS 8 ao aprofundamento das desigualdades, expresso pelo índice de Gini, apontando que a concentração de renda agrava a exclusão no mercado de trabalho. Por fim, ressalta-se a urgência de um debate regulatório consistente acerca da IA, capaz de mitigar riscos sociais e econômicos, e de estratégias estatais e institucionais que assegurem a centralidade do trabalho humano em um cenário de rápidas transformações tecnológicas. Conclui-se que, diante da aceleração das mudanças e da volatilidade dos mercados, a construção de alternativas alinhadas ao ODS 8 requer reflexão crítica, inovação regulatória e compromisso político com a justiça social e a sustentabilidade.
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