O IMPACTO DA DEFASAGEM MATEMÁTICA EM CURSOS DE GRADUAÇÃO: UM OLHAR PARA A MONITORIA
Palavras-chave:
Monitoria, Defasagem matemática, Ensino SuperiorResumo
A educação matemática é um pilar estruturador do processo educacional, possuindo impacto direto na formação intelectual, prática e social dos indivíduos. Além disso, tem caráter fundamental no desenvolvimento de habilidades como raciocínio lógico, resolução de problemas e análise crítica, sendo indispensável para os âmbitos acadêmico e profissional, tornando-se cada vez mais essencial em mundo imerso em tecnologias digitais. Dados educacionais mostram que o Brasil encontra-se em um cenário alarmante referente à aprendizagem matemática escolar, refletida nos índices alcançados em 2022 no PISA (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes), o qual constatou que cerca de 73% dos estudantes de 15 anos apresentaram baixa proficiência em matemática, índice superior à da média dos demais países da OCDE, de 31%. Esse complexo problema educacional também é percebido quando estes estudantes ingressam no ensino superior, apresentando extrema dificuldade e reprovações em disciplinas como Estatística Básica e Cálculo. Nesse sentido, a Monitoria em Matemática é um projeto de grande valia para atender à demanda de alunos com defasagem e dificuldade nesta área do conhecimento. O projeto é por público-alvo, abrangendo todos os estudantes da Universidade Federal da Fronteira Sul, mas destaca-se o maior intento dos licenciandos em física devido aos componentes curriculares de Cálculo I e II, os quais relatam muitas vezes até entender os conceitos, mas não avançar na resolução dos exercícios devido à problemas em matemática básica. Além do suporte individualizado, a monitoria também busca promover um espaço de aprendizagem colaborativa, onde dúvidas podem ser compartilhadas e trabalhadas coletivamente, contribuindo para a construção de uma base matemática mais sólida entre os estudantes. No entanto, durante a execução do projeto, alguns desafios têm se mostrado persistentes, destacando-se a baixa procura pelos atendimentos de monitoria. Diversos fatores podem estar relacionados a esse cenário, como a falta de divulgação do projeto, a sobrecarga de atividades acadêmicas dos estudantes, a dificuldade de organização do tempo para comparecer aos atendimentos e, em alguns casos, a resistência em buscar auxílio por receio de expor suas dificuldades. Esse desafio reflete a necessidade de estratégias, que vão além da simples disponibilização de horários de monitoria, como maior articulação entre professores e monitores e ações de sensibilização sobre a importância do uso desse recurso. Apesar dessas dificuldades, a continuidade e o aprimoramento da monitoria, portanto, constituem um investimento essencial na qualidade do ensino superior, contribuindo não apenas para a redução da evasão, mas também para a formação de profissionais mais preparados para enfrentar os desafios educacionais e científicos que se apresentam na contemporaneidade.
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