Estudo de Líquens como Bioindicadores de Qualidade do Ar em Aulas de Biologia

Autores

  • Glauco Ferreira Goularte UFFS
  • Betina Donadel UFFS
  • Caroline Rubi Cardoso UFFS
  • Márcio do Carmo Pinheiro UFFS
  • Carla Maria Garlet de Pelegrin UFFS
  • Nessana Dartora UFFS
  • Patrícia Foletto UFFS
  • Marlei Veiga dos Santos UFFS

Palavras-chave:

Associação ecológica, Poluição atmosférica, Ensino de biologia

Resumo

A intensificação da poluição atmosférica em áreas urbanas representa uma séria ameaça à saúde pública e aos ecossistemas, exigindo a adoção de métodos eficazes e de baixo custo para o monitoramento da qualidade do ar. Nesse contexto, os líquens (estruturas biológicas formadas pela associação entre fungos e seres fotossintetizantes) destacam-se como bioindicadores ambientais. Isso ocorre porque eles são extremamente sensíveis a compostos como o dióxido de enxofre e óxidos de nitrogênio, que são os principais poluentes encontrados no meio urbano. Por isso, a sua existência em ecossistemas sempre é vista como positiva, indicando que aquele espaço não sofre com altos índices de poluição. Diante disso, o estudo de líquens como bioindicadores da qualidade do ar aliado à sua observação em laboratórios escolares torna-se relevante em aulas de biologia para alunos do ensino médio. Inserido ness cenário, o projeto de extensão “Com Ciência em Ação” objetiva revitalizar laboratórios de ciências em escolas estaduais, promovendo um ensino prático, contextualizado e comprometido com a promoção da consciência ambiental. Com isso, serão redigidos planos de aula focando o estudo dos líquens e seu potencial bioindicador. No primeiro momento planejado, os alunos observarão e registrarão a presença de líquens em diversas áreas do espaço urbano em que a escola se localiza, procurando em troncos, muros e superfícies rochosas. A prática deverá incluir a análise das distintas formas morfológicas encontradas e servirá como ponto de partida para a discussão da relação ecológica de mutualismo. Para uma nova etapa, os alunos serão orientados a coletarem amostras de líquens, que serão utilizadas para a produção de lâminas com cortes a mão livre a fim de serem observadas em microscopia ótica. Nessa fase, os alunos poderão examinar, em ambiente laboratorial, as hifas dos fungos e as células de algas ou cianobactérias, relacionando essas estruturas às características celulares típicas de cada grupo. Ademais, será constituída uma correlação entre a diversidade de líquens e a pureza do ar, permitindo aos alunos a compreensão de que a existência de maior variedade de líquens, especialmente foliosos e fruticulosos, é um indicativo de menores taxas de poluição. Em consonância, o Novo Ensino Médio Gaúcho prevê o desenvolvimento de competências voltadas à resolução de problemas reais e a sensibilização acerca de dilemas ambientais contemporâneos, como a poluição urbana, o que reforça ainda mais a conformidade das práticas sugeridas. Portanto, evidencia-se a relevância do estudo dos líquens e sua utilidade como bioindicação da qualidade do ar, permitindo a abordagem de diversos conceitos da biologia e fomentando o despertar para a resolução de problemas sob uma ótica científica. Assim, o projeto Com Ciência em Ação aplica seu propósito de aliar ensino prático à promoção da consciência ambiental.

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Publicado

24-10-2025

Edição

Seção

Ciências Biológicas - Extensão & Cultura - Campus Cerro Largo