SERPENTES COMO FERRAMENTA DE DIVULGAÇÃO ACADÊMICA: EXPERIÊNCIA EXTENSIONISTA EM BIOLOGIA
Palavras-chave:
vertebrados, repteis, extensão, conservação, ecossistemasResumo
A extensão atualmente é o principal instrumento utilizado pela universidade para a efetividade do seu compromisso social, proporcionando a aproximação com a comunidade de modo que ambas as partes troquem conhecimentos e experiências. Dentre os animais, as serpentes são caracterizadas tanto por causarem curiosidade e medo nas pessoas, quanto por sua importância para os ecossistemas, fato que ainda é pouco conhecido e compreendida pela população, portanto, a educação científica sobre o grupo para chamar a atenção para essas informações pouco popularizadas, desmistificar crenças populares, modificar a concepção de preconceitos e gerar um debate sobre o tema pode contribuir para uma melhor convivência e respeito a estes animais, evitando o extermínio desnecessário bem como acidentes com vítimas humanas. Com o propósito de aproximar alunos do Ensino Médio à universidade e de divulgar o curso de Ciências Biológicas, a utilização de serpentes conservadas em meio líquido da, da coleção de vertebrados da Universidade Federal da Fronteira Sul do campus Realeza, foi realizada no evento Seminário de Ensino, Pesquisa e Extensão (SEPE) do ano de 2024. Foram expostos diversos tipos de serpentes e, inicialmente, solicitou-se ao público-alvo que identificasse quais delas eram peçonhentas, logo, foi explicado o que é uma serpente peçonhenta. Em seguida, iniciou-se a exposição sobre as diferenças anatômicas entre serpentes peçonhentas e não peçonhentas, destacando, por exemplo, os tipos de escamas presentes em cada uma e as variações observadas em suas caudas, porém, sempre relembrando de forma atenciosa que nem sempre tais características podem ser decisivas, pois muitas serpentes podem fugir do padrão exposto. Além disso, também foram abordados temas relacionados à importância ecológica desses animais, dando orientações sobre como agir ao encontrar uma serpente ou em casos de acidentes por picada. Ainda, foram apresentadas as diferenças entre as cobras corais, demonstrando que as mesmas fogem do padrão antes exemplificado por outras serpentes (ex. caninana e jararaca). Para explicar, novamente foi solicitado que os participantes identificassem qual das corais era a verdadeira e qual não era, em seguida, as características físicas das mesmas que poderiam auxiliar na identificação, nesse momento, também foi exemplificado que existem cerca de 40 espécies distintas de cobras corais verdadeiras no Brasil, o que dificulta a identificação. Durante a exposição, muitos visitantes demonstraram curiosidade, vários deles eram moradores do interior e relataram já ter se deparado com serpentes, expressando comentários como: “Eu mato todas, são perigosas”. Nessas situações, as estudantes responsáveis pela apresentação precisavam intervir, explicando a importância desses animais e esclarecendo aspectos de seu comportamento. Além disso, algumas pessoas, mesmo sabendo que os espécimes estavam mortos, mostravam receio em se aproximar. Novamente, cabia aos estudantes contornar esse medo, fornecendo informações e fatos sobre as serpentes. Este trabalho mostrou-se essencial para promover uma aproximação entre a ciência e a sociedade, promovendo conhecimento, desconstruindo preconceitos e sensibilizando a comunidade sobre a importância ecológica desses animais. Desta forma, isso contribui para formar uma consciência crítica e responsável, incentivando práticas mais conscientes de preservação da biodiversidade.
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