O ESTÁGIO NÃO OBRIGATÓRIO COMO CATALISADOR PARA A FORMAÇÃO MÉDICA AMPLIADA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Palavras-chave:
Estágio Médico; Saúde Ocupacional; Promoção da Saúde; Formação Médica; Integralidade em Saúde.Resumo
A formação médica tradicional, frequentemente centrada na abordagem curativa e em ambientes clínicos, pode limitar a compreensão do estudante sobre as múltiplas dimensões da saúde e da promoção do bem-estar. Estágios não obrigatórios representam, nesse cenário, oportunidades cruciais para que discentes explorem esferas da saúde que transcendem os cenários convencionais, enriquecendo a perspectiva profissional e pessoal. Este relato visa descrever a experiência de uma estudante do sétimo período de Medicina, em estágio não obrigatório na Diretoria de Atenção à Saúde do Servidor (DASS) da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), analisando os aprendizados multidisciplinares e as competências desenvolvidas que complementam e expandem a formação acadêmica em saúde. As atividades do estágio na DASS, iniciadas em março de 2024 e que perduram até o presente, têm sido marcadas por uma imersão aprofundada na promoção da saúde dos servidores da UFFS. Ao longo desse período, a experiência tem abrangido a participação ativa na organização e execução de um vasto leque de ações multifacetadas. As atividades incluíram a contribuição para o desenvolvimento de campanhas informativas focadas em diferentes aspectos da saúde, como bem-estar emocional e físico, além de temas epidemiologicamente relevantes. Houve envolvimento na organização de atividades práticas e oficinas visando o autocuidado e o desenvolvimento pessoal, bem como na organização de atendimentos e cursos na área das Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS). Adicionalmente, ocorreu a colaboração na comunicação e divulgação dessas iniciativas, por meio de e-mails institucionais e redes sociais, proporcionando uma vivência na gestão de campanhas de saúde e na organização de grupos de orientação. Essa experiência proporcionou uma imersão em aspectos da gestão em saúde, comunicação estratégica e na saúde ocupacional, temas pouco explorados no currículo médico. Os resultados dessa experiência manifestam-se na aquisição de competências essenciais para o futuro profissional de saúde. Incluem-se uma visão ampliada da saúde, transcendendo a perspectiva clínica; aprimoramento em comunicação em saúde pública, gestão de projetos e eventos; e reconhecimento de abordagens holísticas e preventivas. A experiência consolidou a compreensão do papel do futuro profissional de saúde como agente transformador, atuando tanto na cura quanto, ativamente, na promoção da saúde e bem-estar. Essa experiência evidenciou que a saúde é um construto pluridimensional, demandando criatividade, intersetorialidade e comunicação eficaz para engajar públicos diversos. Os desafios logísticos e a necessidade de adaptação de abordagens a distintas realidades instigaram o desenvolvimento de resiliência e capacidade de resolução de problemas, atributos cruciais para qualquer profissional de saúde. Por fim, o estágio na DASS revelou a riqueza da interdisciplinaridade e a importância da escuta ativa e da resposta às necessidades do público-alvo. Essa experiência constituiu um marco transformador na formação acadêmica, expandindo a percepção sobre as vastas possibilidades de atuação na saúde e proporcionando aprendizados em gestão, comunicação e, sobretudo, na construção de um cuidado integral. Demonstra-se, portanto, a importância do estágio não obrigatório nesse contexto, dada sua capacidade de formar tanto profissionais mais completos quanto indivíduos com uma compreensão mais profunda e humanizada do conceito de saúde.
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Copyright (c) 2025 Maria Luiza Bergamini, Leoni Terezinha Zenevicz

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