FICHAMENTO COMO EXERCÍCIO DE INTEGRIDADE CIENTÍFICA E FORMAÇÃO CRÍTICA NO CONTEXTO ESCOLAR

Autores

  • Lorrayna Maria Freitas Limeira UFFS
  • Mateus Júnior Rodrigues UFFS
  • Dr. Luciano Melo de Paula UFFS

Palavras-chave:

Fichamento, Desinformação, Leitura crítica

Resumo

Este é um relato de experiência realizada sobre a participação em uma ação do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID), desenvolvida por uma dupla de acadêmicos do 3º e 4º período do curso de Letras – Português e Espanhol, da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), campus de Chapecó/SC. Esta atuação foi em dois grupos do 3º ano do ensino médio, noturno, da Escola de Educação Básica Bom Pastor.. A atividade teve como foco a apresentação e produção do gênero “fichamento”, com o objetivo de aproximar os estudantes da prática acadêmica e desenvolver habilidades de leitura crítica, organização e síntese de informações. A proposta iniciou-se com a apresentação do conceito de fichamento e dos principais tipos, como o de citação, de resumo e de comentário, destacando-se a importância de cada um para diferentes contextos de estudo e pesquisa. Em seguida, foram apresentados exemplos práticos, demonstrando a forma mais adequada de registrar referências, identificar ideias centrais e organizar informações de modo sistemático. Foi enfatizado que o fichamento não se limita a uma técnica de registro, mas constitui um exercício de responsabilidade intelectual que contribui para a integridade científica, enquanto incentiva o uso adequado de fontes e evita práticas de plágio. Durante a atividade, destacou-se o papel do Google Acadêmico como ferramenta de busca de materiais confiáveis, permitindo aos alunos diferenciar informações de cunho científico de conteúdos superficiais ou distorcidos presentes em mídias digitais. Com a realização dos fichamentos como metodologia ativa, foi possível estabelecer critérios de avaliação para lidar também com a utilização de inteligência artificial nas atividades realizadas pelos estudantes, em especial, trabalhos escolares fora da escola. Os fichamentos foram em sua maioria, produzidos especialmente em sala de aula, com o auxílio de artigos científicos, do professor preceptor e dos bolsistas pibidianos que reforçavam para cada grupo, os métodos para construção de fichamentos, compreensão dos conteúdos e associação com a realidade. Foram indicados os temas de etarismo e violência de gênero, permitindo aos alunos a elaboração de resumos e citações a partir dos artigos científicos, refletindo não apenas sobre a técnica, mas também sobre questões sociais relacionadas ao conteúdo estudado. Essa experiência demonstrou o potencial do fichamento como ferramenta de formação cidadã, capaz de estimular posicionamentos críticos fundamentados e responsáveis. Os bolsistas envolvidos consideram que a prática representou um espaço de amadurecimento, ao evidenciar que a docência no ensino médio pode integrar a construção de saberes e habilidades com reflexões éticas e sociais. Aos concluintes do ensino médio a atividade foi uma oportunidade de vivência acadêmica e de fortalecimento da preparação para o ensino superior. Conclui-se que a inserção do gênero “fichamento” entre os praticados na escola é um instrumento eficaz tanto para o desenvolvimento de competências acadêmicas quanto para o estímulo a atitudes éticas e críticas, alinhadas ao compromisso com a produção e circulação de informações de qualidade e ao enfrentamento da desinformação na sociedade contemporânea.

Biografia do Autor

  • Mateus Júnior Rodrigues, UFFS

    Estudante do curso de licenciatura em Letras, Português/Espanhol.

  • Dr. Luciano Melo de Paula, UFFS

    Prof. Dr. do curso de Licenciatura em Letras, Português/Espanhol.

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Publicado

24-10-2025

Edição

Seção

Linguística, Letras e Artes - Ensino - Campus Chapecó