AVALIAÇÃO DO CONSUMO ALIMENTAR DE CRIANÇAS COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA ATENDIDAS EM UMA CLÍNICA ESCOLA DE NUTRIÇÃO DO SUDOESTE DO PARANÁ

Autores

  • Caroline Maria Dutkievicz UFFS
  • Márcia Fernandes Nishiyama
  • Eloá Angélica Koehnlein
  • Larissa da Cunha Feio Costa

Palavras-chave:

Transtorno do Espectro Autista, Serviços de Saúde, Acesso aos Cuidados de Saúde, Seletividade Alimentar

Resumo

O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) refere-se a condições do desenvolvimento neurológico, caracterizadas por comprometimento no comportamento social, na comunicação e na linguagem, além de interesses restritos e atividades repetitivas. Crianças com TEA frequentemente apresentam seletividade alimentar, caracterizada pela recusa de novos alimentos, repertório alimentar limitado e consumo excessivo de alimentos específicos, o que pode levar a oscilações de peso, deficiências nutricionais e distúrbios de crescimento. O estudo teve como objetivo avaliar o consumo alimentar de crianças de 2 a 10 anos com TEA atendidas em uma Clínica Escola de Nutrição de um município do sudoeste do Paraná. Trata-se de um estudo transversal descritivo, com amostragem não probabilística de conveniência. As crianças foram atendidas no período de maio a novembro de 2024, por acadêmicos de Nutrição, supervisionados pela nutricionista responsável técnica e orientados por docentes de um projeto de extensão. Os dados de consumo alimentar foram coletados no primeiro atendimento, por meio da anamnese nutricional, utilizando-se o método de Recordatório 24 horas. O valor nutricional de cada recordatório alimentar foi calculado no software Webdiet e a adequação de nutrientes foi realizada conforme as Dietary reference intake (DRI), propostas pelo Institute of Medicine (IOM, 2023). Observou-se consumo adequado de energia em 57,1% dos casos, de carboidratos em 71,4%e de lipídios em 42,9%. Em contrapartida, 85,7% apresentaram consumo excessivo de proteínas. Quanto aos micronutrientes, destacaram-se adequações em vitamina B6 (85,7%); vitamina C (71,4%), zinco (71,4%) e potássio (42,9%), enquanto o cálcio (85,7%) e a vitamina A (71,4%) apresentaram maior frequência de inadequação. Além disso, 57,1% das crianças apresentaram consumo nocivo de sódio. Os resultados indicam desequilíbrios relevantes no consumo de proteínas, cálcio, vitamina A e sódio, evidenciando a importância e necessidade de acompanhamento nutricional individualizado e contínuo. Ressalta-se também, a importância do projeto de extensão, pois além de oferecer suporte especializado às famílias, contribui para a formação prática dos acadêmicos de Nutrição e fortalece o vínculo entre universidade e comunidade.

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Publicado

24-10-2025

Edição

Seção

Ciências da Saúde - Pesquisa - Campus Realeza