FAKE NEWS E SEUS IMPACTOS: RELATO DE UMA OFICINA COM ALUNOS DOS ANOS FINAIS

Autores

  • Mariana Freixiela Hernandez Universidade Federal Fronteira Sul
  • Stênio Severino da Silva Universidade Federal Fronteira Sul.
  • Sirlei Stallbaum Klein Universidade Federal Fronteira Sul
  • Almir Paulo dos Santos Universidade Federal Fronteira Sul

Palavras-chave:

Informações Falsas , Educação Básica , Pensamento crítico , Desinformação

Resumo

Este relato de experiência apresenta a oficina “Desvendando as Fake News”, realizada com uma turma do 7º ano do Ensino Fundamental em uma escola municipal de Concórdia/SC, no primeiro semestre de 2025. O objetivo é desenvolver o pensamento crítico dos estudantes frente às notícias falsas, estimulando-os a identificar, questionar e combater a desinformação. A trabalho utiliza-se do uso da oficina como ferramenta metodológica de pesquisa. A proposta pedagógica partiu da compreensão de que o fenômeno das fake news representa um dos maiores desafios contemporâneos para a educação básica, pois compromete a construção do conhecimento e a formação cidadã. Como afirma Freire (1996), a leitura crítica do mundo é tão necessária quanto a leitura da palavra, e, nesse sentido, torna-se essencial que a escola prepare os estudantes para analisar e questionar informações que lhes chegam de diferentes meios e formas. Estudos sobre educação midiática (CERIGATTO, 2022; FANTIN, 2017) também destacam a importância de inserir práticas pedagógicas voltadas à compreensão do funcionamento da mídia e à apropriação crítica das linguagens digitais, favorecendo a autonomia intelectual e a responsabilidade social de crianças e adolescentes. A oficina foi organizada em cinco momentos articulados: (1) acolhida e introdução, na qual os alunos relataram experiências pessoais com notícias falsas recebidas em redes sociais; (2) exposição dialogada sobre o conceito de fake news, seus objetivos e formas de circulação; (3) dinâmica em grupo “Verdadeiro ou Falso?”, em que os estudantes analisaram manchetes reais e fictícias, discutindo critérios de credibilidade; (4) apresentação de ferramentas e dicas para checagem de informações, como uso de buscadores, sites de fact-checking e análise da linguagem; e (5) encerramento com roda de conversa, em que cada estudante compartilhou estratégias de enfrentamento à desinformação. Durante a atividade, os alunos destacaram a frequência com que utilizam redes sociais, bem como a naturalidade do compartilhamento de postagens entre colegas e familiares, muitas vezes sem checagem prévia. Esse aspecto revelou a relevância da oficina, que aproximou a prática escolar da realidade cotidiana dos estudantes. Ao final, foi realizada uma avaliação coletiva, na qual os participantes indicaram que a atividade foi importante, que o tema era atual e necessário, e sugeriram dar continuidade ao trabalho por meio da criação de cartazes e campanhas de conscientização dentro da escola. A experiência evidenciou-se como uma prática pedagógica enriquecedora, contribuindo para a formação crítica e cidadã dos estudantes, destaca a importância da escola na promoção da educação midiática, como forma de fortalecer a cidadania crítica e combater a desinformação que fragiliza a democracia e o direito à educação de qualidade. Além disso, trata-se de uma ação replicável em outros contextos, podendo ser incorporada ao currículo de forma interdisciplinar.

Biografia do Autor

  • Stênio Severino da Silva, Universidade Federal Fronteira Sul.

    Stênio Severino da Silva. Doutorando PPGPE.  Universidade Federal Fronteira Sul. stenio.silva@ifc.edu.br.

  • Sirlei Stallbaum Klein, Universidade Federal Fronteira Sul

    Sirlei Stallbaum Klein, Doutoranda PPGPE.  Universidade Federal Fronteira Sul. sirleiklein.31@gmail.com.

  • Almir Paulo dos Santos, Universidade Federal Fronteira Sul

    Professor Dr. Almir Paulo dos Santos. Docente. Universidade Federal Fronteira Sul. almir.santos@uffs.edu.br.

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Publicado

24-10-2025

Edição

Seção

Ciências Humanas - Pesquisa - Campus Erechim