EDUCAÇÃO EMOCIONAL E ÉTICA DO CUIDADO: CAMINHOS AUTOFORMATIVOS E A (RE) CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE DOCENTE

Autores

Palavras-chave:

Formação Docente Educação Emocional Ética do Cuidado

Resumo

Este estudo propõe uma reflexão aprofundada e integrada sobre a formação docente, explorando a indispensável intersecção entre autoformação, educação emocional, ética do cuidado e identidade profissional. Longe de ser uma mera aquisição de técnicas, a docência é compreendida como uma travessia existencial e um processo complexo, contínuo e profundamente humano. A autoformação é apresentada como um pilar essencial, um processo permanente de autoconhecimento, autoanálise e autorreflexão, que empodera o educador para enfrentar os desafios do cotidiano escolar e fortalecer sua autonomia profissional. Simultaneamente, a Educação Emocional emerge como uma urgência incontornável na formação inicial e continuada. Ela capacita o professor a compreender e regular suas emoções, cultivando a literacia emocional – a capacidade de reconhecer, compreender, expressar e lidar construtivamente com os sentimentos. Nesse contexto, é crucial promover o diálogo interativo e reflexivo sobre conhecimentos e experiências para lidar com a complexidade das relações humanas e os desafios profissionais atuais. As instituições educativas devem fomentar uma cultura de formação profissional problematizadora que vá além do aprender a aprender, instigando uma metodologia provocativa que capacite o sujeito a transformar suas formas de pensar e que seja voltada ao aprender a ser, a se relacionar, a conviver, a aprender e a desaprender com as experiências e os conhecimentos construídos. Os processos autoformativos são ações de autoconhecimento e autotransformação que ocorrem em relação com o outro, promovendo novas experiências e maneiras de ser, sentir e agir. A autoformação acontece pela socialização de experiências interiorizadas e autorreflexão, onde o sujeito é mobilizado a apresentar o conhecimento de si por meio de recordações, partilhando e diferenciando-se das memórias dos outros. O cuidado de si, do outro e da profissão torna-se, assim, uma prática formativa indissociável da construção de relações respeitosas, empáticas e inclusivas. Ao explorar a identidade docente como uma construção contínua e relacional, o artigo demonstra como a autoformação atua diretamente no seu fortalecimento, permitindo que o educador se reinvente e resista às pressões contemporâneas. Finalmente, destacamos as potencialidades transformadoras dessa integração: a autoformação como prática que harmoniza e intensifica os efeitos da educação emocional e da ética do cuidado, reverberando no modo de ser e agir do pedagogo. Compreendendo o educador como um sujeito em constante transformação, este estudo enfatiza que a docência é um processo em que o professor se forma ao formar, cuidando intrinsecamente de si e do outro, enriquecendo a prática educativa e construindo um campo educacional mais humano e consciente.

 

 

 

 

Biografia do Autor

  • Adriana, UFFS

    Adriana Salete Loss. Doutora em Educação pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul e Estágio no Exterior, no Instituto de Educação da Universidade de Lisboa/Portugal (2009) e Pós-doutorado em Educação pelo Instituto de Educação da Universidade de Lisboa (2014-2015), financiado pela CAPES. Possui graduação em Pedagogia-Licenciatura pela Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões Erechim (1997), Especialização em Psicopedagogia pela URI (campus de Erechim), Mestrado em Educação pela Universidade de Passo Fundo (2003). É Professora Associada da Universidade Federal da Fronteira Sul - UFFS - (2010).

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Publicado

24-10-2025

Edição

Seção

Ciências Humanas - Ensino - Campus Erechim