A VITIVINICULTURA E O ENOTURISMO OESTE CATARINENSE (1980 A 2024)

Autores

  • Bruna Nicole Schaefer Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Gabrieli Elisa Da Costa Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Samira Peruchi Moretto Universidade Federal da Fronteira Sul

Palavras-chave:

Agricultura familiar, História ambiental, Fruticultura, Turismo rural

Resumo

A vitivinicultura no Oeste Catarinense apresenta uma trajetória marcada pela adaptação de práticas agrícolas e pela integração com atividades turísticas, configurando-se como importante alternativa econômica e sociocultural. Historicamente voltada à produção de grãos, a região incorporou o cultivo de uvas a partir da década de 1980, impulsionada pela  valorização das tradições culturais, a necessidade de diversificação produtiva e por fatores como solos basálticos férteis e clima subtropical úmido. Este estudo teve como objetivo analisar a evolução da vitivinicultura e do enoturismo entre 1980 e 2024, destacando suas contribuições para o desenvolvimento sustentável regional. A pesquisa fundamentou-se nos princípios da História Ambiental, buscando compreender a relação entre sociedade e natureza na consolidação da atividade vitivinícola. Para isso, adotou-se uma abordagem qualitativa, baseada em levantamento bibliográfico e documental, com dados provenientes de órgãos como Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (EPAGRI), Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) e Instituto Brasileiro do Vinho (IBRAVIN), além de artigos, relatórios técnicos e fontes jornalísticas. Complementarmente, foi realizada entrevista com vitivinicultor do município de Cordilheira Alta, permitindo identificar práticas produtivas, estratégias comerciais e desafios do setor. Os resultados evidenciam que a vitivinicultura familiar se estruturou predominantemente com base em variedades americanas (Vitis labrusca), como Niágara e Bordô, devido à sua resistência às condições locais. A produção artesanal, associada ao enoturismo, consolidou-se como ferramenta de valorização territorial e geração de renda, por meio de iniciativas como “colha e pague”, degustações e eventos gastronômicos, que fortalecem a identidade cultural e a permanência no campo. Experiências como a Vinícola Breancini ilustram a capacidade de integração entre tradição e inovação, mesmo diante de desafios climáticos e fitossanitários. Do ponto de vista acadêmico, a pesquisa contribui para a compreensão interdisciplinar das relações entre práticas agrícolas, cultura e ambiente, evidenciando como abordagens históricas e socioambientais constituem como ferramenta analítica. Socialmente, evidencia a importância de políticas públicas e iniciativas locais voltadas à diversificação produtiva e ao fortalecimento da agricultura familiar, demonstrando como práticas tradicionais, quando integradas ao turismo, podem impulsionar economias regionais e preservação da memória cultural.

Biografia do Autor

  • Gabrieli Elisa Da Costa, Universidade Federal da Fronteira Sul

    Acadêmica do curso de Mestrado do Programa de Pós-Graduação em História (PPGH/UFFS) na Universidade Federal da Fronteira Sul, campus Chapecó.

  • Samira Peruchi Moretto, Universidade Federal da Fronteira Sul

    Professora Dra. do curso de Licenciatura em História e dos Programas de Pós-Graduação em História da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) e da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

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Publicado

24-10-2025

Edição

Seção

Ciências Sociais Aplicadas - Pesquisa - Campus Chapecó