ANÁLISE DE PREVALÊNCIA DE COMPLICAÇÕES GESTACIONAIS EM MULHERES COM DIAGNÓSTICO DE HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA
Palavras-chave:
hipertensão, pediatria, gestação, saúde da mulherResumo
A hipertensão arterial sistêmica na gestação é um importante determinante de morbimortalidade materno-fetal, associando-se a desfechos adversos como pré-eclâmpsia, restrição de crescimento intrauterino e parto prematuro. A identificação da influência da hipertensão arterial sistêmica sobre a ocorrência de complicações gestacionais pode orientar estratégias de vigilância e cuidado no pré-natal. O objetivo desse trabalho foi o de avaliar a relação entre o diagnóstico médico de hipertensão arterial sistêmica durante a gestação atual e a ocorrência de complicações. Para tanto realizou-se um estudo transversal com puérperas e seus recém-nascidos atendidas entre junho de 2024 e julho de 2025 na maternidade do Hospital Regional do Oeste (Chapecó/SC). As participantes elegíveis foram entrevistadas por meio de um questionário padronizado e informações clínicas foram confirmadas em prontuário. A exposição foi o diagnóstico médico de hipertensão arterial sistêmica durante a gestação atual (sim/não) e o desfecho foi a ocorrência de qualquer complicação na gestação atual, como parto pré-termo, pré-eclâmpsia, eclampsia, diabetes gestacional, ruptura de membrana, descolamento de membrana e aborto (sim/não), conforme registro clínico. A variável independente avaliada foi a presença de diagnóstico de hipertensão arterial sistêmica durante a gestação, a qual foi avaliada através da pergunta: “Durante essa gestação, alguma vez algum médico lhe disse que você tinha pressão alta (HAS)?”. A análise estatística foi realizada no programa PSPP (distribuição livre) a partir de teste qui-quadrado de Pearson, sendo considerado níveis de significância abaixo de 5%. Foram incluídas 120 puérperas com predomínio de mulheres adultas jovens (21 a 34 anos) (78,6%), autodeclaradas brancas (45,2%) e com alta escolaridade (ensino médio completo, ensino superior completo e incompleto, e pós-graduação completa e incompleta) (61,9%), verificando-se uma prevalência de hipertensão arterial sistêmica diagnosticada durante a gestação atual de 16,7% e de complicações de 48,4%. Entre as mulheres com diagnóstico de hipertensão arterial sistêmica na gestação atual, 80,0% apresentaram complicações, enquanto entre as pacientes sem hipertensão arterial sistêmica, 43,0% referiram complicações (p=0,003). Os achados demonstram relação robusta entre hipertensão arterial sistêmica na gestação e maior ocorrência de complicações gestacionais. Esses resultados reforçam a necessidade de triagem e controle rigorosos da pressão arterial no pré-natal, com plano de vigilância ampliado para mulheres hipertensas. Como limitações, salientam-se o delineamento transversal, que não permite inferir causalidade, e o tamanho amostral relativamente reduzido do grupo exposto, que pode alargar intervalos de confiança. Nesse sentido, mais estudos precisam ser realizados para confirmar os achados.
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