DESENVOLVIMENTO ENDÓGENO COMO ESTRATÉGIA DE TRANSFORMAÇÃO TERRITORIAL: UMA ANÁLISE DA REGIÃO GEOGRÁFICA INTERMEDIÁRIA DE CASCAVEL NO ESTADO DO PARANÁ

Resumo

Segundo o Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (IPARDES, 2005), existem vários “Paranás”, e cada um deles apresenta características próprias e diferenciadas. Essas particularidades refletem-se tanto nos aspectos econômicos quanto sociais e territoriais. No entanto, em comum, todos compartilham a busca, ou deveriam compartilhar, pelo desenvolvimento. Esse conceito vai além do simples crescimento econômico, pois envolve também a melhoria qualitativa das condições de vida da população, abrangendo educação, saúde, infraestrutura e bem-estar social. Nesse contexto, a ideia de endogenia surge como um elemento central, capaz de unificar os conceitos de desenvolvimento local, desenvolvimento regional e desenvolvimento territorial. Esses termos, muitas vezes utilizados como sinônimos, apresentam nuances distintas, mas convergem no entendimento de que o desenvolvimento precisa considerar as especificidades de cada espaço (ROSA, 2004, apud PIACENTI, 2009, p. 56). Diante desse contexto, a pesquisa buscará avaliar: entre as 42 variáveis identificadas por Piacenti (2009, p. 91), relacionadas às áreas social, econômica, agropecuária e política, quais delas melhor refletem os elementos explicativos do potencial de desenvolvimento endógeno e que influenciam positivamente ou negativamente a média dos Índices Ipardes de Desenvolvimento Municipal (IPDM) dos municípios das regiões imediatas da região intermediária de Cascavel no estado do Paraná no período de 2010 à 2022? Para responder a essa questão central, o trabalho tem como objetivo geral analisar quais variáveis do desenvolvimento endógeno impactam de maneira significativa o desempenho socioeconômico das regiões imediatas que compõem a região intermediária de Cascavel. A metodologia será pautada em métodos econométricos, associados a análises de caráter quantitativo e qualitativo, de modo a permitir uma compreensão ampla e aprofundada dos fatores determinantes do desenvolvimento regional. Os objetivos específicos são: (a) compreender os fundamentos teóricos do desenvolvimento endógeno, destacando sua importância para a análise territorial; (b) compreender a lógica da divisão regional do Paraná segundo os critérios estabelecidos pelo IBGE, de forma a contextualizar a área de estudo; (c) identificar e sistematizar a presença de variáveis de desenvolvimento endógeno nas regiões imediatas analisadas, destacando seus aspectos e implicações; e (d) verificar, por meio da aplicação de modelos econométricos, se existe correlação estatisticamente significativa entre as variáveis consideradas e a média do Índice Ipardes de Desenvolvimento Municipal. Parte-se da hipótese de que as regiões imediatas que apresentam maior complexidade e diversidade em suas dimensões econômicas, sociais, agropecuárias e políticas tendem a alcançar melhores indicadores de desenvolvimento, com efeitos mais sustentados ao longo do tempo. Por outro lado, aquelas regiões que não conseguem estruturar adequadamente essas dimensões ou permanecem excessivamente dependentes de fatores externos enfrentam maiores dificuldades, refletidas em menores índices de desenvolvimento econômico e social. Assim, a hipótese também contempla o inverso: a ausência de articulação endógena compromete a capacidade de gerar um crescimento equilibrado e de longo prazo. Desse modo, a pesquisa pretende não apenas identificar fatores determinantes, mas também contribuir para a reflexão sobre políticas públicas e estratégias de desenvolvimento regional que possam potencializar as capacidades locais, respeitando as particularidades de cada município e promovendo um desenvolvimento mais inclusivo e sustentável.