TÉTANO ASSOCIADO A DESVIO LATERAL DE PESCOÇO EM EQUINO: RELATO DE CASO

Autores

  • Brenda Leonhardt Neske Universidade Federal da Fronteira
  • Andressa Bacher Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Bruna Alves Ottobeli Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Arthur Barbosa Natel Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Laysa Gaspar de Lima Oliveira Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Enzo Julio Ferraresi Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Luiz Gustavo Simionato Alves Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Dalila Moter Benvegnú Universidade Federal da Fronteira Sul

Palavras-chave:

Clostridiose, Clostridium tetani, tratamento

Resumo

As clostridioses constituem um grupo de enfermidades causadas por bactérias do gênero Clostridium spp., microrganismos anaeróbios amplamente distribuídos no solo. Entre essas doenças, destaca-se o tétano, também denominado trismo ou mal dos sete dias, devido à sua elevada letalidade em animais de produção. A enfermidade é provocada pela ação da toxina tetanoespasmina, liberada pelo Clostridium tetani em condições de anaerobiose, geralmente associada a feridas profundas, procedimentos cirúrgicos, pododermatites sépticas, traumas com objetos perfurocortantes e feridas purulentas, pois as bactérias piogênicas consomem o oxigênio, criando um ambiente favorável à proliferação de C. tetani. A toxina interfere na junção neuromuscular, bloqueando a liberação de neurotransmissores inibitórios, o que resulta em sinais clínicos típicos, como espasticidade muscular, hiperestesia, protrusão da terceira pálpebra, dispneia, disfagia e em casos graves, postura de cavalete. O objetivo deste trabalho é relatar um caso clínico de tétano em um equino atendido à campo na cidade de Toledo-PR. Foi realizado atendimento clínico em um equino, macho, mestiço, com aproximadamente 3 anos de idade, 315 kg, pelagem baia e histórico de lesão no transporte. O exame físico demonstrou que os parâmetros de frequência cardíaca, respiratória, coloração de mucosas, tempo de preenchimento capilar e temperatura se apresentavam dentro da referência para a espécie. Contudo, o animal apresentava os sinais clínicos compatíveis com tétano já descritos, além de desvio lateral do pescoço. Diante do diagnóstico clínico presuntivo, instituiu-se tratamento com soro antitetânico (500 UI/kg, IV, SID, por 5 dias), benzilpenicilina potássica (40.000 UI/kg, IV, BID, por 5 dias), sulfato de gentamicina (3,3 mg/kg, IV, BID, por 5 dias), xilazina (0,25 mg/kg, IV, SID, por 3 dias), flunixin meglumine (1,1 mg/kg, IV, SID, por 5 dias), dimetilsulfóxido (1g/kg, IV, SID, por 3 dias) e fluidoterapia vitaminada. Após cinco dias, observou-se melhora significativa, permitindo a suspensão dos medicamentos, entretanto, persistia o desvio lateral de pescoço. Exames radiográficos foram realizados para descartar fratura óssea, evidenciando apenas incongruência em C3. Com o intuito de auxiliar na recuperação, o animal foi submetido a sessões de terapia com campo eletromagnético, visando aumentar a oxigenação celular, favorecer a regeneração tecidual e reduzir a produção de mediadores inflamatórios. Após uma semana de tratamento, houve recuperação significativa do alinhamento cervical. O caso descrito demonstra a importância do diagnóstico clínico precoce do tétano e da instituição imediata da terapia adequada, que se mostrou eficaz na reversão do quadro clínico, enquanto o uso associado de terapias adjuvantes contribuiu para a recuperação muscular. Ressalta-se a relevância de práticas preventivas, como a vacinação e o manejo adequado de feridas, a fim de reduzir a ocorrência dessa enfermidade em equinos.

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Publicado

24-10-2025

Edição

Seção

Ciências Agrárias - Pesquisa - Campus Realeza