Formação crítica em tempo digitais

Autores

  • Kerli Paula Melz Viebrantz Secretaria de Estado de Educação de Santa Catarina
  • Gerson Junior Naibo
  • Neiva Marli Martins dos Santos Baréa
  • Marlon Brandt

Palavras-chave:

Educação Escolar, Ciências Humanas, Informação, Criticidade, Diversidade

Resumo

Promover a compreensão do espaço geográfico de maneira crítica, refletindo sobre as informações e as ações relacionadas à interação entre a sociedade e a natureza, é um dos compromissos do ensino das Ciências Humanas. Na Escola de Educação Básica Delminda Silveira, situada na área urbana do município de Mondaí, Santa Catarina, com turmas do Ensino Médio, foram desenvolvidas estratégias de ensino-aprendizagem a fim de motivar o exercício de análise crítica das informações recebidas e veiculadas nas redes sociais ou em  plataformas de pesquisa on-line. Essa ação se justifica pelo fato de as Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) estarem sendo utilizadas largamente, trazendo uma gama de informações, muitas vezes, resumidas e/ou descontextualizadas, que circulam rapidamente sem mecanismos de controle ou de verificação. O uso desses dados sem critérios, orientação ou postura crítica é um desafio que precisa ser discutido e problematizado, tendo em vista que impacta diretamente no âmbito escolar. Frente a essa problemática, o presente trabalho, a partir de um relato de experiência, sustentado em uma abordagem qualitativa, objetiva apresentar e refletir sobre duas estratégias de ensino-aprendizagem, visando à formação crítica dos estudantes acerca da circulação de informações digitais desenvolvidas na instituição escolar supramencionada. Como resultados, destaca-se que no ano de 2024, nas aulas de Geografia do 1° ano (turma n° 2) do Ensino Médio, foram utilizados textos e vídeos como base para promover a reflexão e a discussão sobre as circunstâncias históricas, geográficas, políticas, econômicas, sociais, ambientais e culturais que resultam em diferentes formas de ser e viver, com vistas a se discutirem situações de tolerância ou intolerância em relação à situação cultural, socioeconômica dos outros. Os estudantes foram motivados a pesquisar músicas nacionais ou poemas sobre os seguintes temas: racismo estrutural, desigualdade social, xenofobia e protagonismo feminino. Em grupos, analisaram  tais conteúdos e  organizaram uma apresentação e um espaço temático para fomentar uma cultura de paz entre os diferentes. O referido trabalho foi apresentado durante a feira de ciências da instituição, a qual contou com a presença da comunidade escolar, que acompanhou as exposições realizadas, a visitando e assistindo às apresentações. Ao longo do desenvolvimento desta atividade, os estudantes demonstraram empenho, dedicando-se à leitura e à análise de textos; organizaram, com base em suas interpretações, uma apresentação dinâmica que, de forma autoral e criativa, proporcionou um ambiente propício à reflexão, estimulando a desmistificação de preconceitos relacionados à diversidade. Já no segundo semestre do ano de 2025, foi criado o mural intitulado “Espaço Aberto”, no qual, em uma periodicidade quinzenal, são expostos temas considerados polêmicos e de ampla repercussão nas mídias digitais. Os estudantes do Ensino Médio escrevem sua opinião sobre o assunto apresentado, de maneira fundamentada, de modo a distanciar-se de um simples “achismo”, que é socializado posteriormente. Essa dinâmica está motivando os educandos a desenvolverem o seu protagonismo em relação às suas opiniões e a não reproduzirem as informações da forma como as recebem, sem uma primeira análise de veracidade dos fatos. Ressalta-se que é fundamental adotar metodologias para fomentar o desenvolvimento analítico de informações, de forma a potencializar a ética, a criticidade e a veracidade, para que o processo de aprendizagem não se torne mecânico, ou que os estudantes apenas repitam e divulguem informações conforme as recebem.

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Publicado

24-10-2025

Edição

Seção

Ciências Humanas - Ensino - Campus Chapecó