USABILIDADE E CONHECIMENTO DAS FERRAMENTAS DO MEU SUS DIGITAL A PARTIR DOS PROFISSIONAIS DA ATENÇÃO PRIMÁRIA DE PASSO FUNDO, RS.

Autores

  • Thalia Araújo Bezerra Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Lívia Sabioni de Oliveira
  • Shana Ginar da Silva
  • Vanderléia Laodete Pulga

Palavras-chave:

meu SUS digital, atenção primária à saúde, saúde digital, sistema único de saúde.

Resumo

O aplicativo Meu SUS Digital constitui-se em uma ferramenta disponibilizada pelo Ministério da Saúde para acessar aos serviços do Sistema Único de Saúde (SUS) de forma virtual. O dispositivo foi criado para que o cidadão possa gerenciar as informações de saúde, possibilitando um sujeito ativo e autônomo no processo de cuidado. Frente ao exposto, esse trabalho tem como objetivo descrever a usabilidade e o conhecimento dos serviços ofertados pelo aplicativo Meu SUS Digital por profissionais de saúde da atenção primária, assim caracterizá-los quanto ao perfil sociodemográfico. Trata-se de um estudo transversal, de caráter descritivo, recorte da pesquisa multicêntrica intitulada: “ConecteSUS Cidadão (MEU SUS DIGITAL)”, realizada em 13 cidades das cinco regiões do Brasil. Neste recorte, foram analisados dados coletados em 30 Unidades Básicas de Saúde de Passo Fundo, RS, de outubro a dezembro de 2024, a partir de um survey/websurvey, com a realização das entrevistas no aplicativo REDCap. Para a análise de dados foi utilizada estatística descritiva com a distribuição de frequências absolutas e relativas (n, %), a partir do programa Stata versão 12.1, para descrever o perfil sociodemográfico dos profissionais, a prevalência da usabilidade e do conhecimento dos serviços ofertados no aplicativo. No período do estudo, um total de 82 entrevistas foram realizadas, sendo os participantes, em sua  maioria, técnicos de enfermagem (29,3%), atuantes na Equipe Saúde da Família (54,9%), mulheres cisgênero (92,7%), idade média de 41,6 anos, brancos (86,2%), com ensino superior e/ou pós graduação completos ou não (41,5%) e renda de até um a três salários mínimo por família (36,6%). Em relação ao uso do app, 87,8% dos profissionais respondentes estão satisfeitos, 80,5% concordam que ele é útil em suas rotinas, 59,8% conseguem ajuda quando tem dificuldades com o aplicativo e em relação ao hábito de uso, os participantes que têm o hábito apresentam a mesma porcentagem que os que não têm, 41,5%.  Sobre o conhecimento dos serviços ofertados pelo app, 98,8% conhecem o registro de vacinação, 76,8% conhecem a ferramenta exames, 51,2% conhecem o registro de medicamentos cadastrados pelo usuário ou recebidos pelo Programa Farmácia Popular,  51,2% não conhecem o Programa Dignidade Menstrual, 62,2% conhecem a ferramenta de localização das Redes de Saúde mais próximas, 56,8% não conhecem o registro de informações sobre atendimentos e internações, 64,6% não conhecem o registro de contatos para situações de emergência, 54,9% conhecem o registro de alergias e 56,8% não conhecem a funcionalidade Meu Diário de saúde. Desse modo, quando profissionais da Atenção Primária desconhecem as ferramentas do Meu SUS Digital, consequentemente isso influencia na orientação que é repassada para os usuários interferindo diretamente no acesso e garantia de direitos. Essa falta de conhecimento se torna uma barreira, fazendo com que a tecnologia, mesmo disponível, seja subutilizada. O investimento em ferramentas digitais só trará o retorno esperado se for acompanhado de um investimento equivalente em capacitação e educação continuada para os profissionais de saúde.

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Publicado

24-10-2025

Edição

Seção

Ciências da Saúde - Pesquisa - Campus Passo Fundo