Valorizando a diversidade
Palavras-chave:
Diversidade cultural, Relações étnico-raciais, Educação antirracista, Educação Básica, Produção audiovisualResumo
A escola, como espaço de formação integral do sujeito, desempenha papel fundamental na construção de uma sociedade justa e igualitária. Nesse contexto, a discussão sobre as relações étnico-raciais torna-se indispensável, uma vez que o racismo, em suas diferentes formas, constitui-se em um dos principais desafios sociais do Brasil e do mundo. Reconhecendo essa realidade, a legislação brasileira instituiu importantes marcos legais, como a Lei n.º 10.639/2003, que tornou obrigatório o ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana, e a Lei n.º 11.645/2008, que ampliou essa obrigatoriedade, incluindo também a História e Cultura dos povos indígenas. A partir dessa premissa, foram desenvolvidas atividades didático-pedagógicas com os estudantes do 2º ano do Ensino Médio da Escola de Educação Básica Dom Pedro II, no município de Caibi, Santa Catarina, no segundo semestre letivo de 2024. O objetivo foi refletir sobre as relações étnico-raciais a partir do estudo e da pesquisa, em que cada estudante escolheu um personagem negro — que mesmo diante das discriminações e das desigualdades históricas, conseguiu se destacar na sociedade brasileira e mundial — e o representou gravando vídeos individuais, os quais, posteriormente, foram editados e compactados em um só arquivo. Assim, o presente trabalho tem como objetivo apresentar e refletir sobre as possibilidades de utilização de práticas pedagógicas antirracistas, por meio de materiais audiovisuais. Como resultado, ressalta-se que a referida atividade foi socializada no auditório da escola durante a semana de 20 de novembro de 2024, data em que se celebra o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra. Tal escolha se alinha à relevância histórica e cultural da ocasião, recentemente reconhecida como feriado nacional por meio da sanção da Lei n.º 14.759, de 21 de dezembro de 2023. Observou-se que, entre os estudantes, a proposta promoveu a valorização das identidades e das culturas afro-brasileiras, bem como promoveu a sensibilização, a empatia e o respeito à diversidade. A atividade esteve alinhada às competências gerais da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), especialmente no que se refere ao exercício da cidadania, à valorização das diferenças, à argumentação crítica e à responsabilidade social. Por meio do desafio da pesquisa, os estudantes examinaram trajetórias de resistência e de superação, reconhecendo o papel fundamental de personalidades negras na construção da história, da ciência, da cultura, das artes e do esporte. Conclui-se que a prática contribuiu para ampliar a consciência crítica dos estudantes sobre o racismo estrutural e a necessidade da promoção da igualdade racial. Além disso, possibilitou o desenvolvimento de habilidades como a pesquisa, a comunicação oral e escrita, a criatividade e o trabalho colaborativo, favorecendo a construção de uma educação antirracista, inclusiva e transformadora.
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