EDUCAÇÃO EMOCIONAL E INCLUSIVA: Formação e cuidado com a saúde emocional dos professores diante dos desafios da inclusão

Autores

  • Diuliana Pimentel Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Daniele dos Santos
  • Jaqueline de Souza Rigo
  • Schaiane Carla Andreolla Krigues
  • Denilson da Silva

Palavras-chave:

Educação Emocional; Inclusão; Saúde Docente; Formação Continuada.

Resumo

Esta pesquisa tem como objetivo compreender como o suporte e a educação emocional para docentes podem influenciar o trabalho pedagógico e a efetivação da inclusão escolar. Nesse sentido, a formação docente muitas vezes negligencia a dimensão emocional do professor, privilegiando aspectos técnicos e desconsiderando seu bem-estar, o que compromete sua atuação pedagógica. Partindo dessa constatação, investigou-se de que modo a ausência ou a presença de apoio institucional interfere nas práticas inclusivas e na saúde emocional dos educadores. Diante disso, para a pesquisa empírica foi realizado uma investigação em escola pública de Erechim-RS, que atende estudantes do 1º ao 9º ano. A metodologia utilizada foi de cunho qualitativo, por meio de questionário semiestruturado respondido por 12 docentes, possibilitando compreender suas percepções sobre educação emocional, práticas inclusivas e dificuldades vivenciadas. Os resultados apontam que a maioria das professoras reconhece a educação emocional como fator essencial para o desenvolvimento dos estudantes e para o equilíbrio da prática docente, destacando a necessidade de autoconhecimento, escuta ativa, empatia e criação de espaços de acolhimento emocional. Foram relatadas estratégias de autocuidado, como terapia, técnicas de relaxamento e atividades prazerosas, mas também desafios relacionados à sobrecarga de trabalho, falta de tempo e ausência de suporte institucional. Quanto às práticas inclusivas, foram mencionadas ações como a valorização da diversidade cultural, uso de métodos diferenciados de ensino e avaliação, inclusão de estudantes em atividades extraclasse, acolhimento de imigrantes e incentivo à participação de todos os estudantes. As docentes expressaram ainda interesse em ampliar a formação sobre TEA, TDAH, TOD e práticas lúdicas de inclusão. Os relatos evidenciam tanto impactos negativos, como situações de violência ou impotência diante da falta de apoio familiar, quanto experiências positivas ligadas ao progresso dos estudantes, a inclusão só se efetiva quando há envolvimento coletivo e apoio institucional. Conclui-se que a integração entre educação emocional e inclusão é essencial para fortalecer o bem-estar docente, a qualidade do ensino e a construção de uma escola mais humana e equitativa. Defende-se, assim, a necessidade de políticas públicas que valorizem o professor como protagonista da inclusão, garantindo suporte institucional, formação continuada e condições dignas de trabalho.

Publicado

24-10-2025

Edição

Seção

Ciências Humanas - Extensão & Cultura - Campus Erechim