VOZES SILENCIADAS: A HISTÓRIA ORAL COMO MÉTODO DE CONTRAVENÇÃO

Autores

  • Cecília Hauffe de Lima UFFS
  • Helena Kanieski Cariolato

Palavras-chave:

História Oral, Entrevista, Historiografia, Conhecimento Histórico, Ensino

Resumo

Esse resumo tem como objetivo sintetizar as discussões e resultados apresentadas no ensaio “Vozes Silenciadas: a História Oral como método de contravenção”, que surgiu a partir da produção de entrevistas com historiadores praticantes da licenciatura e contribuintes da historiografia local na cidade de Erechim, no Rio Grande do Sul. A finalidade do projeto é discernir uma análise crítica a partir das vivências e relatos dos professores Cristiéle Santos de Souza  e Ernesto Cassol, enquanto atuantes na rede de ensino e produtores de conhecimento histórico, dando ênfase na qualidade de suas respectivas trajetórias profissionais e no apagamento de suas contribuições - gerado pelo elitismo científico estruturado na academia brasileira; paralelamente, a valorização do uso da História Oral como amplificador das vozes dos historiadores “escondidos” em espaços de elaboração científica afastados do núcleo acadêmico, como escolas de ensino básico. É no extenso da duração das entrevistas que se torna possível entender a dedicação dos dois profissionais de história no engajamento científico e atuação no ensino, tanto durante as descrições de projetos já finalizados quanto na confidência de produção de conhecimento não possibilitada ou impedida de ser publicada, revelando a resiliência necessária para exercer a profissão do historiador e da historiadora no Brasil mesmo diante dos entraves que permeiam o desenvolvimento de conhecimento científico fora de instituições renomadas. Além disso, concomitante ao esforço profissional dos professores, existe em suas falas a presença constante da invalidação e subjugamento de seus trabalhos: protagonizados pela falta de incentivo moral e financeiro aos profissionais que atuam no ensino básico, pela falta de reconhecimento dos produtores de conhecimento sobre regiões que não permeiam o centro-oeste e o sudeste do Brasil e pelo ato consciente da comunidade historiográfica de desconsiderar a população científica que atua fora da universidade. A partir do estudo e a prática da observação detalhada do material produzido, percebe-se o apagamento de profissionais historiadores e a relevância da aplicação da História Oral não apenas como ferramenta de arrecadar resquícios de eventos históricos, mas como ato de valorização do presente, preservação e manutenção da historiografia durante seu processo de crescimento e expansão; também, há uma necessidade contemporânea de utilizar os métodos de produção historiográfica como um movimento de investigação da produção científica por trás dos holofotes, que permitem o desenvolvimento de novos historiadores e historiadoras.

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Publicado

24-10-2025

Edição

Seção

Ciências Humanas - Pesquisa - Campus Erechim