EXPERIÊNCIA EXTENSIONISTA COM O SISTEMA PLANTIO DIRETO DE HORTALIÇAS E OUTRAS CULTURAS (SPDH+) NO CONTEXTO DA AGRICULTURA FAMILIAR CATARINENSE

Resumo

O Sistema Plantio Direto de Hortaliças e outras culturas (SPDH+) constitui-se como uma alternativa agroecológica de manejo agrícola voltada à conservação dos recursos naturais, ao estímulo da biodiversidade e à promoção da autonomia produtiva na agricultura familiar. Nesse contexto, o presente trabalho relata a experiência do projeto de extensão “Capacitação e transição agroecológica com o método SPDH+”, desenvolvido pela Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), financiado pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), e realizado em parceria com o Instituto de Cooperação da Agricultura Familiar de Santa Catarina (ICAF-SC) e a Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar de Santa Catarina (FETRAF-SC). O objetivo foi promover a formação de famílias agricultoras (especialmente mulheres e jovens agricultores/as) e técnicos, ampliar o conhecimento sobre práticas agrícolas sustentáveis e fortalecer redes de cooperação entre instituições e comunidades rurais e também fortalecer o processo de transição agroecológica massiva em SC. A metodologia do projeto estruturou-se em quatro metas principais: a capacitação de agentes de formação; a realização de encontros regionais em quatro macrorregiões do estado de SC (Extremo Oeste, Oeste, Alto Vale e Sul); a implantação de lavouras de estudo para observação prática do SPDH+; a realização de uma Pesquisa-Ação com famílias agricultoras envolvidas; e a realização de seminários regionais para troca de experiências e socialização de resultados. As atividades iniciaram com a formação de agentes multiplicadores, selecionados por edital público, mas que valorizava a profissionais com perfis de articulação com entidades da agricultura familiar, e que passaram a atuar como referências técnicas em suas regiões. Até o presente momneto, foram realizadas duas rodadas de  eventos formativos que envolveram agricultores familiares, técnicos e lideranças comunitárias e cada uma das regiões de abrangência do projeto, abordando desde os princípios do SPDH+ até o manejo prático em campo. As lavouras de estudo, implantadas de forma participativa, funcionaram como espaços de aprendizagem coletiva, estimulando o protagonismo dos agricultores na tomada de decisões sobre manejo e na avaliação de resultados. Ao longo da execução, destacaram-se o fortalecimento das relações de cooperação entre agricultores e instituições, a ampliação da compreensão sobre os benefícios do SPDH+ e a adoção crescente de práticas conservacionistas nas propriedades participantes. Conclui-se que a experiência tem  promovido avanços concretos na transição agroecológica das famílias envolvidas, estimulando a formação de redes locais de troca de saberes e consolidando o SPDH+ como ferramenta efetiva para a construção de sistemas produtivos sustentáveis e socialmente justos. Os resultados finais do projeto serão posteriormente publicados em outros eventos de pesquisa e extensão.