DESFECHOS VISUAIS E OCULOMOTORES APÓS ABORDAGEM TRANSORBITAL ENDOSCÓPICA: UMA META-ANÁLISE E REVISÃO SISTEMÁTICA

Autores

  • Rudolfh Batista Arend Universidade Federal da Fronteira Sul Campus Passo Fundo Curso de Graduação em Medicina: Universidade Federal da Fronteira Sul Campus Passo Fundo Curso de Graduacao em Medicina
  • Bruno Peroni Universidade Federal da Fronteira Sul Campus Passo Fundo Curso de Graduação em Medicina: Universidade Federal da Fronteira Sul Campus Passo Fundo Curso de Graduacao em Medicina
  • Victor Krauer Universidade Federal da Fronteira Sul Campus Passo Fundo Curso de Graduação em Medicina: Universidade Federal da Fronteira Sul Campus Passo Fundo Curso de Graduacao em Medicina
  • Daniel Marchi Universidade Federal da Fronteira Sul Campus Passo Fundo Curso de Graduação em Medicina: Universidade Federal da Fronteira Sul Campus Passo Fundo Curso de Graduacao em Medicina
  • Lucas Dalla Maria Universidade Federal da Fronteira Sul Campus Passo Fundo Curso de Graduação em Medicina: Universidade Federal da Fronteira Sul Campus Passo Fundo Curso de Graduacao em Medicina
  • Guilherme Gago Neurocirurgião da Université Laval, Quebec, Canada.
  • Raphael Bertani Neurocirurgião do Hospital Israelita Albert Einstein, SP, Brasil.
  • Martin Coutinho Departamento de Cirurgia Neurológica da Universidade de Pittsburgh, Pennsylvania, Estados Unidos.
  • Alex Roman Docente do curso de Medicina da Universidade Federal da Fronteira Sul, campus Passo Fundo.

Palavras-chave:

endoscopic transorbital approach, desfechos visuais, paralisia do olhar medial, meta-análise, base do crânio

Resumo

A abordagem transorbital endoscópica (ETOA) expandiu o acesso minimamente invasivo a lesões orbitárias e de base do crânio. Entretanto, as taxas globais de desfechos visuais e oculomotores após ETOA ainda carecem de síntese quantitativa robusta. Dessa forma, esse trabalho objetiva estimar as taxas pooled de melhora da função visual, disfunção visual e paralisia do olhar medial (MGP) após ETOA. Para estes fins, fora realizada uma revisão sistemática e meta-análise registradas no PROSPERO (CRD420251130069) e conduzidas segundo PRISMA. Foram pesquisadas PubMed, Embase, Scopus e Web of Science até julho/2025. Os critérios de inclusão foram: estudos observacionais com ≥5 pacientes, ETOA como única via cirúrgica, e relato de pelo menos um dos três desfechos de interesse (definições operacionais conforme os estudos). Excluímos relatos de caso, séries <5 pacientes, revisões e resumos de congresso. Dois revisores extraíram número de pacientes e eventos por estudo/desfecho. Calculamos proporções em braço único com modelo de efeitos aleatórios (REML), transformação logit e IC95% com ajuste de Hartung–Knapp; aplicamos correção para células zero quando necessário. A heterogeneidade foi quantificada por I² e τ². Investigamos influência e potenciais fontes de heterogeneidade por gráficos de Baujat e leave-one-out. Avaliação de viés de publicação não foi realizada por haver <10 estudos por desfecho. Para os resultados, nove estudos preencheram os critérios e entraram na síntese quantitativa. A taxa pooled de melhora da função visual foi ≈51% (IC95% ≈0,25–0,78; I² elevado), indicando benefício potencial em casos selecionados. A disfunção visual ocorreu em ≈1% (IC95% ≈0,00–0,03; I² moderado), reduzindo para I²=0% ao excluir um estudo influente na análise leave-one-out. A taxa de MGP foi ≈4% (IC95% ≈0,00–0,08; I² ~39%). As análises de influência e Baujat confirmaram a robustez direcional dos achados. Portanto, a ETOA apresenta baixa taxa de piora visual, probabilidade clinicamente relevante de melhora e baixa a moderada ocorrência de MGP nas séries publicadas. Esses resultados embasam o aconselhamento pré-operatório, a seleção de casos e o refinamento técnico, além de motivarem estudos comparativos por patologia e indicação.

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Publicado

24-10-2025

Edição

Seção

Ciências da Saúde - Pesquisa - Campus Passo Fundo