ENTRE HISTÓRIAS E HAICAIS: MEDIAÇÃO LEITORA E FORMAÇÃO DE LEITORES BILÍNGUES NO PROJETO CUENTACUENTOS
Palavras-chave:
Mediação leitora, Intervenção Literária, Língua portuguesa, Língua EspanholaResumo
Pensar a leitura na contemporaneidade é reconhecer que ela ultrapassa o espaço do livro.
Lemos nas ruas, em outdoors e placas, lemos nas telas de celular, em mensagens que chegam
sem parar, lemos também nos gestos, nas imagens e até nos silêncios. Nesse contexto, a
mediação leitora se apresenta como prática essencial, pois transforma o ato de ler em
momentos agradáveis e significativos, cria caminhos de aproximação entre o livro e o leitor,
possibilitando que o ato de ler se configure como prática transformadora para todos os
envolvidos. O projeto CuentaCuentos se preocupa com a formação do mediador de leitura,
tendo uma bolsista e seis voluntários que são acadêmicos da universidade e participam da
escolha das obras literárias e do planejamento das práticas leitoras com o público externo e
interno. As ações voltadas à comunidade tomam por base leituras norteadoras e se justificam
teoricamente por meio da Sociologia da Leitura, apoiando-se em autores como Jorge Larrosa
(2003) e Michèle Petit (1999; 2001) são possibilitadas reflexões sobre o ato de ler, os tipos de
mediadores de leitura, as formas de contar histórias, o estabelecimento de perfis leitores, a
leitura como experiência. Metodologicamente organizadas em três tipos (intervenções
literárias em ambientes públicos, contações de histórias e visitas a escolas argentinas), as
diferentes linhas de ação têm como objetivo aproximar a literatura do cotidiano das pessoas de
maneira sensível e acessível. Entre essas iniciativas, a primeira se destaca por realizar
intervenções em espaços públicos, como ruas e o campus universitário, onde a leitura se
apresenta em forma de intervenções literárias, como o uso de cartazes, gaiola para libertar
poemas ou entrega de pequenos mimos literários, como marcadores de páginas. Nessa
perspectiva, o projeto tem explorado, por exemplo, o compartilhamento de haicais em postes e
paradas do transporte universitário. Essa prática simples, mas cheia de significado, transforma
o cotidiano em poesia e cria instantes de pausa, reflexão e beleza. Em segundo e terceiro
lugar, as contações de história na universidade, nas escolas, ou nas visitas a Argentina, são
ancoradas em uma estrutura de: pré-leitura, leitura e atividade de fixação. Para essa execução,
o planejamento exige escolhas que consideram o público-alvo, faixa etária, ambiente e
contextos sociais, de modo a tornar a experiência mais significativa e acolhedora. Do mesmo
modo, todos os participantes estão se constituindo como leitores ao longo do decorrer do
projeto: ouvintes das contações de história, bolsista, voluntários e coordenadora. Esse
processo envolve desde a seleção dos textos até a criação de recursos visuais e sensoriais que
favorecem a escuta atenta e despertam a imaginação, possibilitando que o ato de ler se
configure como prática transformadora, humanizadora e indispensável para a formação de
sujeitos críticos e sensíveis.
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