EMISSÃO DE N2O EM MILHO SUBMETIDO À DIFERENTES FONTES NITROGENADAS

Autores

  • Kauany Smit Rodrigues UFFS
  • Daniel Müller Forrati
  • Roberta Goldschmidt
  • Antônio Luiz Junges
  • Fernanda Turquete
  • Ari Thum Reinke
  • Renan Costa Beber Vieira
  • Cimélio Bayer

Palavras-chave:

Fertilizantes nitrogenados; Gases de efeito estufa; Milho.

Resumo

O óxido nitroso (N2​O) é um gás de efeito estufa cuja concentração na atmosfera tem aumentado continuamente ao longo dos anos. Na agricultura, sua emissão é gerada, principalmente, por processos biológicos no solo, como a nitrificação e a desnitrificação, intensificados pela aplicação de fertilizantes sintéticos e adubos orgânicos. A cultura do milho, devido sua alta demanda por nitrogênio, é particularmente relevante nesse contexto. O nitrogênio não apenas contribui para o aumento da produtividade, mas também eleva a massa seca e o teor de proteínas dos grãos, melhorando a qualidade do produto final. Diante disso, a necessidade de estudos que avaliem o efeito de diferentes fontes de nitrogênio na emissão de N2​O tem aumentado. Tais pesquisas são essenciais para fomentar o uso de fertilizantes mais eficientes, capazes de promover o desenvolvimento sustentável e mitigar as emissões de gases de efeito estufa, contribuindo, assim, para a preservação dos recursos naturais. O objetivo deste trabalho foi avaliar a emissão de N2​O a partir de diferentes fontes de nitrogênio aplicadas na cultura do milho. O experimento foi conduzido na área experimental da Universidade Federal da Fronteira Sul, no município de Cerro Largo, RS, durante a safra 2024/25. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualizados, com quatro repetições e quatro tratamentos: controle (C), ureia (U), ureia com inibidor de urease (U+NBPT) e nitrato de amônio (NA). A dose aplicada foi de 120 kg ha−1 de N. As emissões de N2​O foram monitoradas ao longo do ciclo da cultura por meio de câmaras estáticas fechadas, e a quantificação dos gases foi realizada por cromatografia gasosa. Os maiores fluxos de emissão de N2​O ocorreram entre 5 e 20 dias após a aplicação dos fertilizantes. Neste período, os fluxos médios foram de 16,04 g N ha−1dia−1 para o controle (C), 29,31 g N ha−1dia−1 para a ureia (U), 34,36 g N ha−1dia−1  para a U+NBPT e 33,76 g N ha−1dia−1  para o NA. A emissão acumulada média de N2​O durante o ciclo da cultura foi de 0,32 kg N ha−1 (C), 0,72 kg N ha−1 (NA), 0,66 kg N ha−1 (U) e 0,84 kg N ha−1 (U+NBPT). No entanto, não houve diferença estatisticamente significativa entre os tratamentos. O fator de emissão, que relaciona a emissão acumulada de N−N2​O com a dose de N aplicada, foi de 0,33% para NA, 0,28% para U e 0,43% para U+NBPT, valores inferiores ao fator de emissão de referência aceito pela IPCC.

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Publicado

24-10-2025

Edição

Seção

Ciências Agrárias - Pesquisa - Campus Cerro Largo