EMISSÃO DE N2O EM MILHO SUBMETIDO À DIFERENTES FONTES NITROGENADAS
Palavras-chave:
Fertilizantes nitrogenados; Gases de efeito estufa; Milho.Resumo
O óxido nitroso (N2O) é um gás de efeito estufa cuja concentração na atmosfera tem aumentado continuamente ao longo dos anos. Na agricultura, sua emissão é gerada, principalmente, por processos biológicos no solo, como a nitrificação e a desnitrificação, intensificados pela aplicação de fertilizantes sintéticos e adubos orgânicos. A cultura do milho, devido sua alta demanda por nitrogênio, é particularmente relevante nesse contexto. O nitrogênio não apenas contribui para o aumento da produtividade, mas também eleva a massa seca e o teor de proteínas dos grãos, melhorando a qualidade do produto final. Diante disso, a necessidade de estudos que avaliem o efeito de diferentes fontes de nitrogênio na emissão de N2O tem aumentado. Tais pesquisas são essenciais para fomentar o uso de fertilizantes mais eficientes, capazes de promover o desenvolvimento sustentável e mitigar as emissões de gases de efeito estufa, contribuindo, assim, para a preservação dos recursos naturais. O objetivo deste trabalho foi avaliar a emissão de N2O a partir de diferentes fontes de nitrogênio aplicadas na cultura do milho. O experimento foi conduzido na área experimental da Universidade Federal da Fronteira Sul, no município de Cerro Largo, RS, durante a safra 2024/25. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualizados, com quatro repetições e quatro tratamentos: controle (C), ureia (U), ureia com inibidor de urease (U+NBPT) e nitrato de amônio (NA). A dose aplicada foi de 120 kg ha−1 de N. As emissões de N2O foram monitoradas ao longo do ciclo da cultura por meio de câmaras estáticas fechadas, e a quantificação dos gases foi realizada por cromatografia gasosa. Os maiores fluxos de emissão de N2O ocorreram entre 5 e 20 dias após a aplicação dos fertilizantes. Neste período, os fluxos médios foram de 16,04 g N ha−1dia−1 para o controle (C), 29,31 g N ha−1dia−1 para a ureia (U), 34,36 g N ha−1dia−1 para a U+NBPT e 33,76 g N ha−1dia−1 para o NA. A emissão acumulada média de N2O durante o ciclo da cultura foi de 0,32 kg N ha−1 (C), 0,72 kg N ha−1 (NA), 0,66 kg N ha−1 (U) e 0,84 kg N ha−1 (U+NBPT). No entanto, não houve diferença estatisticamente significativa entre os tratamentos. O fator de emissão, que relaciona a emissão acumulada de N−N2O com a dose de N aplicada, foi de 0,33% para NA, 0,28% para U e 0,43% para U+NBPT, valores inferiores ao fator de emissão de referência aceito pela IPCC.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Kauany Smit Rodrigues, Daniel Müller Forrati, Roberta Goldschmidt, Antônio Luiz Junges, Fernanda Turquete, Ari Thum Reinke, Renan Costa Beber Vieira, Cimélio Bayer

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.

