MIOSITE NECROSANTE EM EQUINO: RELATO DE CASO

Autores

  • Felipe Hister Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Verônica Coimbra Vivian
  • Brenda Leonhardt Neske
  • Lavínia Paris Pagliocchi
  • Julia Mara Frigo
  • Marina Marangoni
  • Maiara Garcia Blagitz
  • Gentil Ferreira Gonçalves

Palavras-chave:

Abscesso; Equídeos; Drenos; Iatrogenia; Infecções.

Resumo

 A miosite necrosante é uma inflamação caracterizada por intensa degeneração e necrose de tecidos musculares, sendo associada a contaminação por ferimentos profundos ou aplicação inadequada de fármacos. Este relato tem como objetivo apresentar um caso de miosite necrosante em um equino, fêmea, mestiço, de três anos e meio, de aproximadamente 400 Kg de peso. A paciente foi apresentada com quadro clínico de rigidez motora em membros, dor e aumento de volume em região cervical e lombar esquerda. Histórico de evolução após permanecer por longo período sem atividade física e ser submetida a atividade intensa. Com início dos sinais foi submetida a medicação injetável intramuscular. Sendo constituída por AINEs, via IM, intermitente, com melhora e piora do quadro. O animal foi medicado novamente com meloxicam associado à dipirona e Antibiótico associado a piroxicam, via IM em doses únicas, 24 horas antes de ser apresentado para consulta. Ao exame físico observou-se taquicardia, taquipnéia, hipertermia e mucosas hipocoradas. Apresentava aumento de volume subcutâneo em região cervical e lombar esquerda, com dor, flutuação e enfisema. O animal apresentava ainda marcha rígida, relutância ao trote, evitando o galope, indicando dor muscular generalizada. Procedeu-se a coleta de sangue e exames laboratoriais de hemograma, bioquímica sérica (ALT, AST, FA, GGT, proteínas totais, albumina, creatinina e uréia), sendo constatada discreta leucocitose (18.900 cel/microlitro) com neutrofilia (14.900), aumento da FA (614 U/L). O diagnóstico foi de miosite necrosante com formação de coleções subcutâneas. O animal foi internado e iniciado o tratamento com fenilbutazona 4,4 mg/Kg, BID, IV; ceftiofur sódico na dose de 2,2 mg/Kg, SID, IM; omeprazol 5 mg/Kg, SID, PO; vitamina E e Selênio 10gr, SID, PO. Optou-se pela drenagem cirúrgica e curetagem das lesões com aplicação de drenos. Para tanto o animal foi sedado com detomidina 0,015 mg/kg associado a metadona 0,015 mg/Kg por via IM. Após tricotomia e antissepsia, procedeu-se com a incisão de pele e subcutâneo na parte baixa dos aumentos de volume em região pré-escapular esquerda, região lateral ventral ao trocanter maior e dorsal ao mesmo e região paralombar esquerda. Drenagem de conteúdo purulento principalmente em região cervical e gás em região paralombar. Desbridamento mecânico e remoção de tecido morto, desbridamento químico com peróxido de hidrogênio 10 Vol. e PVPI 10%, após lavagem com NaCl 0,9% e aplicação de dreno de silicone em região cervical e paralombar, mantendo as feridas abertas e aplicando de maneira tópica de spray repelente e bactericida. No pós-operatório o animal foi mantido em internamento com dieta com feno e pasto verde, recuperando o apetite após recuperação da sedação. Manteve-se o tratamento pré-operatório acima descrito por 14 dias e curativo das feridas e drenos com NaCl 0,9% e PVPI tópico BID. . Os drenos foram removidos após 7 dias, sem presença de secreções. Após este período, o animal recebeu alta, apresentando melhora significativa da dor e da marcha. Conclui-se que o tratamento foi eficaz, resultando na recuperação clínica do caso de miosite necrosante. 

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Publicado

24-10-2025

Edição

Seção

Ciências Agrárias - Extensão & Cultura - Campus Realeza