A incerteza como modo de vida: O Trabalho Freelancer na modernidade Líquida
Palavras-chave:
Modernidade Líquida. Trabalho Freelancer. Identidade. PrecarizaçãoResumo
Esta pesquisa busca estudar as instabilidades no regime de trabalho freelancer na cidade de Erechim-RS, considerando a intensificação da informalidade profissional da sociedade brasileira nos últimos anos. O tema foi escolhido como exemplo da modernidade líquida - conceito que serve como principal lente teórica para analisar onde a incerteza se tornou uma condição permanente no mercado de trabalho contemporâneo. A pesquisa investiga os desdobramentos sociológicos de trabalhadores que precisam se adaptar constantemente às demandas do mercado, transformando sua própria identidade em um produto negociável. Entende-se que o trabalho freelancer esbarra na economia digital e na identidade construída através do consumo e simultaneamente transformada em mercadoria por este sistema produtivo, criando novos problemas. A promessa de "poder ser qualquer coisa" é barrada pela realidade limitada imposta pela precarização da mão de obra, afetando seus meios de subsistência e seu acesso a direitos historicamente conquistados pelos trabalhadores. O processo de liquidez presente neste fenômeno é amplificado por alguns outros fatos sociais atuais, como por exemplo as redes sociais, onde pessoas se apresentam como profissionais ou produtos; por propagandas que vendem estilos de vida em vez de objetos; e, pela indústria de autoajuda que oferece supostas soluções empreendedoras para a insegurança contemporânea. Diante de múltiplos exemplos e personalidades sedutoras (influencers, algoritmos e gurus), nenhum se impõe como referência única, fragmentando o senso de orientação social. Compreendendo que, essa liquefação nas relações de trabalho acaba por fazer com que o trabalhador se sinta culpado por sua própria situação, sem se dar conta dos diversos fatores inscritos nesse processo, a identidade aparentemente libertadora do modelo de trabalho, revela-se na prática como vulnerabilidade social. A consequência destes novos moldes produtivos pode gerar alienação, inviabilizando projetos de longo prazo na medida em que a renda do trabalhador se torna igualmente instável e, em última instância, reduzindo a confiança no progresso coletivo da própria sociedade.
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