A EXÉRESE DE GLÂNDULA SALIVAR: RELATO DE CASO
Palavras-chave:
Sialocele; Exérese; Glândula salivar; MarsupializaçãoResumo
Em pequenos animais, as afecções de glândulas mandibulares apresentam sinais clínicos
inespecíficos, como aumento de volume cervical e desconforto local. O tratamento cirúrgico,
por meio da exérese da glândula afetada, é considerado um método eficaz, permitindo
resolução do quadro e prevenindo recidivas. Este trabalho tem como objetivo relatar a exérese
de glândula salivar em um canino. Foi atendido um cão, macho, castrado, sem raça definida, de
três anos, pesando 9,7 kg, com histórico de aumento de volume submandibular há três meses,
desde que foi adotado. Inicialmente, outro profissional realizou a drenagem, que encontrou
corpo estranho sugestivo de espinho de ouriço, o mesmo foi removido, e instituída
antibioticoterapia por 12 dias. O paciente apresentou melhora clínica com diminuição do
edema, porém, houve recidiva dos sinais, acompanhada de desconforto. Diante do quadro
clínico do paciente, optou-se pela exérese cirúrgica da glândula salivar mandibular. Após a
identificação da glândula entre as veias linguofacial e maxilar, foi realizada incisão em pele,
tecido subcutâneo e músculo platisma, caudalmente à veia jugular externa, para exposição da
cápsula fibrosa. A glândula foi dissecada mantendo a cápsula, e feita hemostasia pinça bipolar.
A dissecação prosseguiu cranialmente, acompanhando o ducto mandibular, foi aplicado
ligadura e transecção do complexo glândula-ducto sublingual mandibular, imediatamente
caudal ao nervo lingual. Os tecidos foram aproximados em planos anatômicos com fio
poliglactina 910 3-0 e sutura cruzada isolada, subcutâneo foi aproximado com mesmo fio e
sutura simples contínua modificada. A dermorrafia foi realizada com padrão intradérmico e fio
náilon 4-0. Adicionalmente foi realizada uma incisão na região ventral a partir de um ponto,
quatro centímetros caudal ao ramo mandibular esquerdo, foi realizada dissecção com tesoura
metzenbaum para acesso da cápsula com conteúdo salivar, permitindo a excisão da cápsula
contendo saliva residual, após drenagem, os tecido foram aproximados com fio poliglactina 910
3-0 e sutura isolada simples; o subcutâneo foi aproximado com mesmo fio e sutura simples
contínua modificada A dermorrafia foi realizada com sutura intradérmica e fio náilon 4-0. Após
16 dias do procedimento cirúrgico, o animal apresentou um aumento de volume, flutuante e
sem aumento de temperatura. Foi realizada então, uma nova intervenção para drenagem,
colocação de dreno passivo e marsupialização da glândula sublingual. O conteúdo drenado
tinha aspecto serosanguinolento, observou-se no pós operatório imediato redução do edema. A
exérese da glândula salivar mandibular é uma técnica eficaz no tratamento das afecções de
glândulas salivares em cães, permitindo a resolução do quadro clínico e reduzindo o risco de
recidivas. No entanto, casos de complicações pós-operatórias podem ocorrer, sendo necessária
a adoção de procedimentos complementares, como a drenagem e marsupialização, para garantir
a melhora clínica e o bem-estar do paciente
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