A EXÉRESE DE GLÂNDULA SALIVAR: RELATO DE CASO

Autores

  • Veronica Coimbra Vivian UFFS
  • Maria Helena Moreno UFFS
  • Maria Elisa de Oliveira Lima UFFS
  • Matheus Campos Alves UFFS
  • Pauline Silva Dos Santos UFFS
  • Stefani Melo Baraldi UFFS
  • Marina Marangoni UFFS
  • Fabíola Dalmolin UFFS

Palavras-chave:

Sialocele; Exérese; Glândula salivar; Marsupialização

Resumo

Em pequenos animais, as afecções de glândulas mandibulares apresentam sinais clínicos

inespecíficos, como aumento de volume cervical e desconforto local. O tratamento cirúrgico,

por meio da exérese da glândula afetada, é considerado um método eficaz, permitindo

resolução do quadro e prevenindo recidivas. Este trabalho tem como objetivo relatar a exérese

de glândula salivar em um canino. Foi atendido um cão, macho, castrado, sem raça definida, de

três anos, pesando 9,7 kg, com histórico de aumento de volume submandibular há três meses,

desde que foi adotado. Inicialmente, outro profissional realizou a drenagem, que encontrou

corpo estranho sugestivo de espinho de ouriço, o mesmo foi removido, e instituída

antibioticoterapia por 12 dias. O paciente apresentou melhora clínica com diminuição do

edema, porém, houve recidiva dos sinais, acompanhada de desconforto. Diante do quadro

clínico do paciente, optou-se pela exérese cirúrgica da glândula salivar mandibular. Após a

identificação da glândula entre as veias linguofacial e maxilar, foi realizada incisão em pele,

tecido subcutâneo e músculo platisma, caudalmente à veia jugular externa, para exposição da

cápsula fibrosa. A glândula foi dissecada mantendo a cápsula, e feita hemostasia pinça bipolar.

A dissecação prosseguiu cranialmente, acompanhando o ducto mandibular, foi aplicado

ligadura e transecção do complexo glândula-ducto sublingual mandibular, imediatamente

caudal ao nervo lingual. Os tecidos foram aproximados em planos anatômicos com fio

poliglactina 910 3-0 e sutura cruzada isolada, subcutâneo foi aproximado com mesmo fio e

sutura simples contínua modificada. A dermorrafia foi realizada com padrão intradérmico e fio

náilon 4-0. Adicionalmente foi realizada uma incisão na região ventral a partir de um ponto,

quatro centímetros caudal ao ramo mandibular esquerdo, foi realizada dissecção com tesoura

metzenbaum para acesso da cápsula com conteúdo salivar, permitindo a excisão da cápsula

contendo saliva residual, após drenagem, os tecido foram aproximados com fio poliglactina 910

3-0 e sutura isolada simples; o subcutâneo foi aproximado com mesmo fio e sutura simples

contínua modificada A dermorrafia foi realizada com sutura intradérmica e fio náilon 4-0. Após

16 dias do procedimento cirúrgico, o animal apresentou um aumento de volume, flutuante e

sem aumento de temperatura. Foi realizada então, uma nova intervenção para drenagem,

colocação de dreno passivo e marsupialização da glândula sublingual. O conteúdo drenado

tinha aspecto serosanguinolento, observou-se no pós operatório imediato redução do edema. A

exérese da glândula salivar mandibular é uma técnica eficaz no tratamento das afecções de

glândulas salivares em cães, permitindo a resolução do quadro clínico e reduzindo o risco de

recidivas. No entanto, casos de complicações pós-operatórias podem ocorrer, sendo necessária

a adoção de procedimentos complementares, como a drenagem e marsupialização, para garantir

a melhora clínica e o bem-estar do paciente

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Publicado

24-10-2025

Edição

Seção

Ciências da Saúde - Extensão & Cultura - Campus Realeza