EDUCAÇÃO DO CAMPO: UM ESTUDO DE CASO NA ESCOLA DO CAMPO EM TEMPO INTEGRAL BELA VISTA

Autores

  • Daniela Alana Pilatti Toniolo Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Dr. Katia A. Seganfredo Universidade Federal da Fronteira Sul - UFFS

Palavras-chave:

Pedagogia; Educação do Campo; direito; resistência; identidade

Resumo

A presente escrita é decorrente do projeto de pesquisa de conclusão de curso, realizado nos semestres finais do curso de Pedagogia, na Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), campus Chapecó. O tema do referido projeto de pesquisa é a implementação da Educação do Campo na Escola do Campo em Tempo Integral Bela Vista, localizada no município de Nova Itaberaba. O objetivo é analisar em que medida a perspectiva da Educação do Campo se concretiza nesta escola, denominada  do campo e em tempo integral. O interesse pelo tema surgiu a partir do componente curricular ofertado no curso, denominado Educação do Campo: processos de escolarização. Foi através deste componente curricular que algumas inquietações surgiram e identifiquei que a escola rural que eu estudei nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental foi construída a partir da perspectiva urbana, assistencialista e instrumental, características comuns do modelo de Educação Rural. Visto que, na perspectiva rural, há um distanciamento entre conteúdos escolares e a prática social; esse modelo de educação não dialoga com as práticas e conhecimento dos sujeitos, diferente da Educação do Campo, que por sua vez, tem como pressuposto a luta social, a luta pela terra, a luta por uma escola perto de casa, ou seja, a materialidade da vida cotidiana, portanto, esta é uma Educação NO Campo e DO Campo. Ainda, ressaltamos que a Educação do Campo é marcada pela significativa presença dos movimentos sociais, por um Projeto Político Pedagógico construído no coletivo, pela presença da comunidade. Educação do Campo se faz com intencionalidade, identidade e valorização da cultura dos sujeitos do campo, até porque, diferente do que é apresentado na Educação Rural, Educação é transformação, é emancipação, é poder de escolha, escolha esta que significa também escolher estudar para continuar vivendo no campo e não estudar para sair do campo. A pesquisa caracteriza-se como estudo de caso e terá como fonte de pesquisa, o trabalho de campo e a análise de documentos como o Projeto Pedagógico. Outros instrumentos para a coleta de dados serão a observação e a entrevista semi-estruturada. A pesquisa será constituída por três capítulos. No primeiro, abordaremos a perspectiva da educação do campo, dando destaque a aspectos históricos e os seus fundamentos; no segundo capítulo, a análise estará centrada na escola e em problematizar de que forma a educação do campo se manifesta nos processos de ensino e aprendizagem, e no capítulo terceiro, o destaque estará na interlocução entre os dados elencados e o diálogo com os autores que embasam perspectiva da Educação do Campo. Destacamos os processos de resistência no decorrer da trajetória histórica da Escola do Campo em Tempo Integral Bela Vista, em que, para evitar o fechamento, foram efetivadas mudanças no currículo, nos processos de ensino-aprendizagem e na relação com a comunidade. Temos como hipótese, que a referida escola apresenta princípios e características significativas da perspectiva da Educação do Campo.

Biografia do Autor

  • Dr. Katia A. Seganfredo, Universidade Federal da Fronteira Sul - UFFS

    Graduação em Pedagogia pela Universidade Federal de Pelotas/RS (2004), Mestrado em Educação pela Universidade Estadual de Londrina/PR (2008) e Doutorado em Educação pela Universidade TUIUTI do Paraná (2014). É Professora na Universidade Federal da Fronteira Sul, campus de Chapecó S/C. Coordenadora do curso de Licenciatura em Pedagogia - UFFS/CH

Publicado

24-10-2025

Edição

Seção

Ciências Humanas - Pesquisa (TCC) - Campus Chapecó