A INCLUSÃO DIGITAL NA TERCEIRA IDADE PROMOVIDA COM ACOLHIMENTO E ATENÇÃO

Autores

  • Franci Milena Andres Cruz Universidade Federal da Fronteira Sul- UFFS, Campus Realeza
  • Marcelo Zanetti Universidade Federal da Fronteira Sul- UFFS, Campus Realeza

Palavras-chave:

Inclusao digital, idosos, smartphone, atencao, acolhimento

Resumo

 Nos últimos anos, os smartphones têm se tornado parte indispensável do nosso cotidiano, uma
vez que facilitam a comunicação e a realização de tarefas diárias. Embora a tecnologia esteja
cada vez mais presente em nossas vidas, é essencial garantir que ninguém fique para trás,
especialmente os idosos, que não tiveram contato com smartphones durante a maior parte de
suas vidas, já que esses dispositivos se tornaram populares somente no final da década de 2010.
Com o objetivo de proporcionar aos idosos o apoio necessário na utilização dessas tecnologias,
o projeto de extensão “Conectando Sabedoria e Tecnologia: Inclusão Digital para Idosos”
nasceu da parceria entre a Universidade Federal da Fronteira Sul - Campus Realeza e a
Secretaria Municipal de Assistência Social de Realeza-PR. O projeto busca auxiliar os idosos
no uso dos smartphones, contribuindo para sua adaptação ao espaço digital, de forma a garantir
sua participação em um mundo cada vez mais interconectado e tecnológico. Os encontros
acontecem todas as quartas-feiras, no Clube Real, em Realeza, onde aproximadamente 350
(trezentos e cinquenta) idosos se reúnem para participar do Clube do Vovô e desenvolver
diversas atividades, como dança e jogos. Nesse espaço informal, distante das salas de aula, o
presente projeto tem alcançado os objetivos propostos, uma vez que muitos idosos ficam
receosos em participar de atividades de formação em ambientes formais como a sala de aula,
local que, por vezes, acaba inibindo justamente quem mais precisam de ajuda. Todos os
atendimentos são individuais e começam com uma conversa acolhedora para que os mesmos se
sintam à vontade para apresentar suas dúvidas. Entre as dúvidas mais frequentes estão o uso de
aplicativos de conversação, como o WhatsApp, e de redes sociais, como Facebook e Instagram,
além de aspectos básicos de configuração do aparelho, como ajustes de volume, brilho e
tamanho da letra, utilização de dados móveis e conexão ao Wi-Fi. Durante os atendimentos, ao
longo dos meses, observou-se que os idosos gostam de ser ouvidos e acolhidos com carinho e
respeito. Quando laços de afetividade foram estabelecidos, eles se sentiram mais à vontade para
compartilhar suas dúvidas e dificuldades em relação ao manuseio do aparelho. Observou-se
também, até o momento, que a grande maioria dos idosos que participam do projeto, estão ali
pois ninguém havia destinado a eles o tempo necessário para que pudessem perguntar,
compreender e aprender a utilizar o smartphone. O ato de apenas explicar como manusear um
aplicativo ou o aparelho não gera resultados se não for acompanhado de atenção e suporte
constante. Muitas dúvidas surgem nas conversas realizadas de forma online, após os primeiros
atendimentos presenciais, onde os participantes entram em contato para pedir ajuda, ou tirar
uma dúvida no momento em que estão precisando. Através do desenvolvimento do presente
projeto, percebe-se que a inclusão digital na terceira idade precisa ser promovida com afeto,
acolhimento e atenção constante, para que, de fato, a utilização dos smartphones deixe de ser
motivo de preocupação ou medo e passe a ser entendida como uma atividade de lazer e de
apoio na realização de tarefas diárias.

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Publicado

24-10-2025

Edição

Seção

Ciências Exatas e da Terra - Extensão & Cultura - Campus Realeza