Morangos Mofados: Questões LGBTQIA+ nos Contos de Caio Fernando Abreu.
Palavras-chave:
História e Literatura, História Cultural, Gênero e Sexualidade, Repressão SocialResumo
O objetivo do presente trabalho é a análise da obra “Morangos Mofados” (1982) de Caio Fernando Abreu, mediante à utilização da literatura como fonte documental, sendo produto de uma época e portanto uma ferramenta repleta de historicidade. A partir do instrumento metodológico de contextualização histórica da obra, nosso objetivo consiste em demonstrar como o autor representou em seus contos a repressão social sobre a população LBTQIA+ na virada dos anos 70 para os anos 80. A obra analisada foi publicada em 1982, contexto de abertura política e início da redemocratização brasileira pós ditadura civil-militar. O livro remete à década de 70, marcada pela repressão, censura e autoritarismo, retratados nas narrativas construídas pelo autor.
Na presente análise, pretendemos demonstrar como Abreu retrata temáticas como questões de gênero e sexualidade, em um período em que a população LGBTQIA+ sofreu forte repressão, e a epidemia da AIDS iniciava. A contextualização histórica da obra será fundamentada por fontes documentais como o jornal Lampião da Esquina, presente no Centro de Documentação Prof. Dr. Luiz Mott, relacionadas ao caso de assassinato Luiza Felpuda, figura homenageada e referenciada pelo autor em um dos contos de sua obra.
Utilizaremos fontes bibliográficas para referenciarmos a violência sofrida pela população LGBTQIA+ no período citado anteriormente, como a obra “Contra a Moral e os Bons Costumes: A Ditadura e a Repressão à Comunidade LGBT” de Renan Quinalha e artigos científicos relacionados à temática abordada. À título de exemplo, o conto “Terça Feira Gorda” da obra analisada, se configura como uma síntese da moral, do julgamento e da violência contra os homossexuais do período que pretendemos demonstrar em nossa pesquisa. Por fim, na obra de Caio Fernando Abreu, encontramos e denotamos a partir da premissa foucaultiana de controle dos corpos, representações da repressão, estigmatização, marginalização e até mesmo o assassinato daqueles que não se enquadravam no modelo imposto pelo regime autoritário.
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