CULTIVO E UTILIZAÇÃO DE PLANTAS BIOATIVAS NA AGRICULTURA FAMILIAR: IMPLANTAÇÃO DE HORTOS COMO ESTRATÉGIA DE USO NA SAÚDE E DIVERSIFICAÇÃO DE RENDA

Autores

  • Thays Campos Zille Dutra UFFS
  • Ana Carolyne Victória de Oliveira UFFS
  • Willian Floriano Carvalho de Castro UFFS
  • Abner Alexandro Kuczkowsky Pereira UFFS
  • Dr. André Luiz Radünz UFFS

Palavras-chave:

Agricultura familiar, Agroecologia, Sustentabilidade, Manejo dos sistemas, Plantas bioativas

Resumo

O cultivo e a utilização de plantas bioativas configuram-se como uma alternativa sustentável e multifuncional para a agricultura familiar, visto que reúnem propriedades terapêuticas, 
condimentares, aromáticas e agroecológicas capazes de reduzir a dependência de insumos 
externos, fortalecer a segurança alimentar e gerar novas oportunidades de renda. Ao mesmo tempo, essas espécies contribuem para a diversificação da produção, para a conservação da 
biodiversidade e para a valorização de saberes tradicionais, frequentemente ameaçados pela modernização agrícola e pela desvalorização do conhecimento popular. Nesse cenário, foi 
desenvolvido um projeto de extensão pela Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), 
campus Chapecó - SC, cujo objetivo central foi implantar dois hortos de plantas bioativas, sendo um em uma propriedade agrícola familiar no Assentamento Dom José Gomes e outro em área experimental da universidade, de modo a criar espaços permanentes de ensino, pesquisa e extensão, alinhados aos princípios da agroecologia. O projeto foi conduzido a partir de pesquisa bibliográfica, planejamento participativo com a família agricultora, seleção de espécies adaptadas às condições locais e produção de mudas no viveiro experimental. A propagação ocorreu por meio de técnicas como estaquia, divisão de touceiras e enraizamento em substrato adequado, enquanto a implantação dos hortos envolveu práticas sustentáveis, incluindo adubação orgânica, cobertura morta e irrigação alternativa. No total, mais de vinte espécies foram cultivadas, entre as quais alecrim, hortelã, peixinho, penicilina e ora-pro-nóbis, todas de reconhecida importância alimentar, medicinal e no manejo agroecológico de pragas e doenças. Os resultados obtidos evidenciaram a consolidação dos hortos como espaços permanentes de produção e de integração entre universidade e comunidade, a capacitação de agricultores em práticas sustentáveis, o fortalecimento da autonomia produtiva das famílias envolvidas e a valorização dos conhecimentos tradicionais sobre plantas bioativas. Além disso, a participação discente no projeto possibilitou vivências práticas que contribuíram significativamente para a formação acadêmica e para a articulação entre ensino, pesquisa e extensão. Conclui-se que a implantação de hortos de plantas bioativas representa uma estratégia viável para promover saúde, sustentabilidade e equilíbrio nos agroecossistemas familiares, fortalecendo a agricultura como prática social e ambientalmente responsável.

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Publicado

24-10-2025

Edição

Seção

Ciências Agrárias - Extensão & Cultura - Campus Chapecó