ESTRATIGRAFIA E TÉCNICAS DE DISSECAÇÃO DA PAREDE ANTEROLATERAL DO ABDOME: APLICAÇÃO PELA LIGA DE ANATOMIA HUMANA

Autores

  • Giovana Inês Weber Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Giórggio Bernardo Pelc da Silva
  • Giullia Moraes Arrivabene
  • Nicolas Raphael da Luz Silveira
  • Martina Waihrich Favero
  • Caroline da Silva Largura
  • Yasmin Gabriela Peixoto
  • Rafael Kremer

Palavras-chave:

Dissecação, Anatomia Abdominal, Parede Anterolateral, Tela Subcutânea

Resumo

A dissecação da parede anterolateral do abdome é um método didático essencial para o entendimento detalhado da anatomia regional e das variações morfológicas. Este resumo aborda as técnicas e a estratigrafia envolvidas na dissecação dessa região, que foram aplicadas como ação de ensino pela Liga de Anatomia Humana (grupo de estudo) no segundo semestre de 2024 ao dissecar o abdome cadavérico, fornecendo aos acadêmicos conhecimento direto e aprofundado no Campus Passo Fundo da UFFS. O processo inicia com a preparação do cadáver em decúbito dorsal e a inspeção da pele em busca de intervenções cirúrgicas ou lesões que possam alterar a anatomia normal. A divisão abdominal em nove regiões (epigástrio, hipocôndrios, umbilical, laterais, hipogástrio, inguinais) é uma ferramenta crucial para a inspeção minuciosa. As incisões cutâneas são traçadas com precisão utilizando lápis dermatográfico ou giz, sugerindo linhas como a sagital mediana do processo xifoide à sínfise púbica (contornando o umbigo); uma linha da espinha ilíaca anterossuperior ao tubérculo púbico (seguindo o ligamento inguinal); e uma linha curva do processo xifoide sobre o arco costal até a linha axilar média. A espessura da pele abdominal, que normalmente varia de 2 a 4mm, pode ser alterada por fatores como gestação, obesidade, fase da vida, sexo e doenças, exigindo adaptação da técnica. A incisão contínua com o bisturi, empunhado como um arco de violino, e o posterior rebatimento da pele e da tela subcutânea (hipoderme ou tecido adiposo subcutâneo) de medial para lateral, com a lâmina paralela à pele e o fio de corte voltado contra a pele, são etapas que demandam destreza e atenção para a manutenção do plano de dissecação. Na tela subcutânea do abdome, a presença de uma fáscia superficial a divide em estrato adiposo superficial (camada areolar) e estrato adiposo profundo (camada lamelar). A camada areolar assemelha-se a um favo de mel, com lóbulos gordurosos separados por septos fibrosos (retináculos da pele), que se orientam perpendicularmente e estão fortemente fixados à derme e à fáscia superficial, conferindo elevada estabilidade estrutural. A dissecação meticulosa permite a separação e preservação de veias superficiais, como as veias epigástricas superficiais e ilíacas circunflexas superficiais, que são tributárias da veia safena magna. A fáscia superficial, profunda à camada areolar, demonstra variações de aderência entre os sexos, influenciando a estética do tronco. A camada lamelar, mais fina e com septos oblíquos, possui menor estabilidade estrutural e adere bem a proeminências ósseas e áreas fibrosas como a linha alba e o ligamento inguinal. Finalmente, a identificação dos ramos cutâneos abdominais laterais e anteriores dos nervos toracoabdominais (7º a 11º nervos intercostais e nervo subcostal) na camada lamelar ressalta a importância da dissecação cuidadosa para o reconhecimento dessas estruturas neurovasculares. Este estudo detalhado das técnicas e da estratigrafia é fundamental para a formação de futuros profissionais da saúde, proporcionando uma compreensão abrangente da anatomia cirúrgica e diagnóstica.

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Publicado

24-10-2025

Edição

Seção

Ciências da Saúde - Ensino - Campus Passo Fundo