VERMICOMPOSTAGEM: UMA PROPOSTA DE EXTENSÃO

Autores

  • Arthur Londero Tizotti Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Luiza Guedes Gonçalves Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Ana Carolina Ferreira Antonini Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Marlei Veiga dos Santos Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Fabiano Cassol Universidade Federal da Fronteira Sul

Palavras-chave:

RESÍDUOS, HUMUS, SUSTENTABILIDADE

Resumo

O aumento da geração de resíduos orgânicos nas áreas urbanas representa um desafio crescente para a gestão ambiental, uma vez que a destinação inadequada desses materiais contribui para a sobrecarga de aterros sanitários, emissão de odores, proliferação de vetores e desperdício de nutrientes que poderiam ser reintegrados ao ciclo produtivo. Nesse contexto, a vermicompostagem se apresenta como uma alternativa sustentável e acessível, capaz de reduzir o volume de resíduos descartados e transformá-los em húmus, um fertilizante natural rico em nutrientes e de grande valor agronômico. Este projeto tem como objetivo implementar e avaliar um sistema de vermicompostagem doméstica, em pequena escala, utilizando como substrato cascas de frutas e serragem, de modo a manter o equilíbrio entre aeração, umidade e relação carbono/nitrogênio. A metodologia foi estruturada em ambiente controlado, empregando um recipiente plástico de 11 litros, perfurado para garantir drenagem e circulação de ar, no qual foram inseridos aproximadamente 200 indivíduos da espécie Eisenia foetida, popularmente conhecida como minhoca californiana. Durante o experimento, foram definidos parâmetros de monitoramento físico, biológico e sensorial, avaliados em diferentes frequências: temperatura, umidade, odor, massa residual, presença de vetores, contagem da população de minhocas e verificação da reprodução por meio de cápsulas ovígeras. A aferição da temperatura é realizada semanalmente com termômetro doméstico, enquanto a umidade é verificada pelo teste manual de compressão do material. A massa dos resíduos é medida por pesagens periódicas. A população de minhocas foi analisada no início e ao final do ciclo experimental, sendo a reprodução um importante indicativo da adequação do ambiente. Além disso, observações sistemáticas registram a eventual presença de insetos ou organismos indesejáveis. Os resultados incluem a redução significativa da massa dos resíduos ao longo do tempo, a formação de um composto final escuro, com odor terroso e textura homogênea, características que atestam a estabilização do material, além do aumento da biomassa e reprodução das minhocas, o que comprova a adaptação e eficiência do sistema. Também se espera a ausência de odores desagradáveis e de infestações de vetores, sinalizando o equilíbrio do processo. Ao final, é obtido húmus de qualidade, pronto para aplicação em hortas, vasos ou jardins, possibilitando a valorização de resíduos domésticos e a promoção da agricultura urbana. Como produto adicional, o projeto resulta em um protocolo simplificado para replicação do processo em ambientes domésticos e comunitários, fortalecendo ações de educação ambiental, extensão universitária e incentivo a práticas de sustentabilidade. Dessa forma, além de gerar conhecimento técnico e científico, a iniciativa contribui para a conscientização da comunidade acadêmica e local acerca da importância da gestão responsável dos resíduos orgânicos, evidenciando a vermicompostagem como ferramenta prática e eficaz para o reaproveitamento de matéria orgânica e para o fortalecimento de uma cultura ambientalmente responsável.

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Publicado

24-10-2025

Edição

Seção

Engenharias - Extensão & Cultura - Campus Cerro Largo