RELATO DE EXPERIÊNCIA: INTERVENÇÃO EM EDUCAÇÃO SOBRE ISTS EM UMA ESCOLA EM PASSO FUNDO/RS
Palavras-chave:
Adolescentes, Educação em Saúde, Infecções Sexualmente Transmissíveis, Saúde ColetivaResumo
Durante o componente curricular de saúde coletiva II, que ocorreu no segundo semestre de 2024, um grupo de estudantes de medicina da segunda fase realizou uma intervenção comunitária como instrumento avaliativo final. O projeto, direcionado à educação em saúde sobre Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), foi aplicado em outubro de 2024 na Escola Estadual General Prestes Guimarães, com um grupo de adolescentes. O objetivo central da ação foi ampliar o acesso a informações confiáveis, promover a conscientização sobre a importância da prevenção e estimular práticas de autocuidado, reforçando o papel da educação sexual no ambiente escolar como estratégia de promoção da saúde. A metodologia foi estruturada em três etapas principais. A primeira consistiu na criação e aplicação de uma palestra educativa, planejada para ser dinâmica e participativa. O conteúdo abordou conceitos básicos sobre ISTs, formas de transmissão, medidas de prevenção, possibilidades de tratamento e o papel dos métodos contraceptivos, com ênfase no uso do preservativo. O objetivo foi estimular o envolvimento ativo dos estudantes por meio de perguntas, relatos e discussões em grupo. Para incentivar a participação, pequenos estímulos, como balas, foram distribuídos, o que criou um ambiente de aprendizado mais horizontal e interativo. A segunda etapa foi a aplicação de um questionário anônimo ao final da intervenção, para avaliar o nível de conhecimento e identificar lacunas. Os resultados mostraram bom desempenho em tópicos iniciais, como transmissão e prevenção, mas revelaram dificuldades em aspectos mais específicos, como a identificação de sintomas, exames de rastreamento e condutas adequadas após um diagnóstico. A terceira e última etapa consistiu na elaboração de uma devolutiva à escola. Para isso, foi produzida uma cartilha educativa para os professores, com o objetivo de apoiar o trabalho contínuo em sala de aula, reforçar os pontos frágeis identificados e fornecer subsídios para futuras ações de educação em saúde. A aplicação prática da iniciativa evidenciou não só o interesse dos adolescentes, mas também a necessidade de ações permanentes que considerem a realidade escolar, ainda marcada por dúvidas, preconceitos e carência de informações de qualidade sobre sexualidade. A estratégia de criar um ambiente seguro e interativo mostrou-se eficaz, favorecendo um aprendizado crítico e fundamentado em evidências científicas, essencial para combater a disseminação de informações equivocadas. Do ponto de vista acadêmico, perante a interação no território, a experiência se mostrou de grande relevância para a formação médica. Desde o planejamento até a execução, cada etapa trouxe desafios relacionados ao ensino, à comunicação e ao uso de recursos pedagógicos, contribuindo para o amadurecimento profissional. O contato com os adolescentes permitiu que os estudantes compreendessem, de forma prática, a importância social da profissão. Essa vivência também favoreceu o desenvolvimento de competências técnicas e habilidades como empatia, escuta ativa e acolhimento, todas essenciais ao futuro exercício profissional. A intervenção destacou, ainda, que a medicina vai além do cuidado individual e técnico, abrangendo também a responsabilidade de promover saúde em espaços coletivos e contribuir para a transformação social.
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