GLOSSÁRIO COMO FERRAMENTA INVESTIGATIVA NO ENSINO DE CIÊNCIAS
Palavras-chave:
Metodologia de ensino, Formação de professores, Ensino de CiênciasResumo
O Estágio Curricular Supervisionado possui um espaço efetivo para um enfoque investigativo, por possibilitar ao professor em formação inicial desenvolver e executar uma compreensão mais concreta sobre os desafios do ensino e aprendizagem, implementando estratégias de mediação e ressignificando seus efeitos em contextos reais de na formação docente. Dito isso, este trabalho aborda o uso da construção de glossários como estratégia didática no Ensino de Ciências no contexto do estágio supervisionado, realizado com uma turma do 7º ano do Ensino Fundamental. O objetivo foi averiguar se glossários são uma ferramenta efetiva para favorecer a compreensão e apropriação de termos científicos e o letramento científico dos alunos nas aulas de Ciências. A metodologia adotada seguiu o modelo Investigação–Formação–Ação no Ensino de Ciências (IFAEC). Essa metodología consistí na associação entre a prática e reflexão crítica, estruturada em uma espiral contínua composta por cinco etapas: problematização, planificação, ação, avaliação e modificação. A construção dos glossários, foi mediada com uma turma formada por 15 alunos, as aulas apresentaram resultados diversos entre os estudantes, revelando tanto aspectos significativamente positivos no processo de ensino e aprendizagem quanto limitações no processo de apropriação dos termos científicos. Durante as investigações realizadas previamente antes de assumir a turma notei que muitos estudantes apresentaram dificuldades quanto à compreensão de terminologias próprias da área de Ciências, o que compromete a aprendizagem dos alunos quando não estão devidamente apropriados da linguagem científica. A partir disso, propus a elaboração de glossários como alternativa metodológica para promover a apropriação com os termos científicos e favorecer a construção do conhecimento. Seguindo a IFAEC a problematização partiu da observação das dificuldades dos alunos na utilização de conceitos científicos durante as aulas. Em seguida, foi realizada a planificação das atividades, prevendo a elaboração individual de glossários integrados às aulas teóricas e práticas. Na fase de ação, os estudantes construíram seus glossários com as definições dos termos trabalhados durante as aulas, com meu apoio constante como estagiário. A etapa de avaliação envolveu o acompanhamento do desenvolvimento dos glossários e a análise do envolvimento dos alunos na proposta. Por fim, a fase de modificação possibilitou o ajuste da atividade, considerando as necessidades identificadas ao longo do processo. Os resultados observados demonstraram que os alunos com maior engajamento na atividade dos glossários apresentaram progressos significativos na apropriação da linguagem científica e melhor compreensão dos conteúdos. Entretanto, também foram identificados casos de baixo envolvimento, nos quais a proposta teve efeitos limitados. Esses alunos mostraram dificuldades em organizar os glossários e não estabeleceram relações entre os termos e os conteúdos trabalhados, o que reforça a importância da mediação contínua durante o processo. Conclui-se que a construção de glossários pode constituir uma estratégia eficaz para o Ensino de Ciências, pois contribui para o desenvolvimento do letramento científico e melhora a compreensão dos termos específicos da disciplina. No entanto, sua efetividade depende da mediação pedagógica adequada, da escuta ativa das necessidades dos alunos e da utilização de intervenções ajustadas ao contexto da turma para garantir o engajamento e a aprendizagem significativa.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Lenilson Rafael Bastos Cavalcante, Paula Vanessa Bervian, Erica do Espírito Santo Hermel

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.

