ESTADO NUTRICIONAL PRÉ-GESTACIONAL E GANHO DE PESO EXCESSIVO NA GRAVIDEZ EM USUÁRIAS DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
Palavras-chave:
Ganho de peso gestacional, IMC pré-gestacional, Saúde materna.Resumo
O ganho de peso adequado na gestação é fundamental para a saúde materno-fetal e para a redução de complicações obstétricas, como diabetes e hipertensão, e neonatais, como macrossomia e hipoglicemia. Entre os fatores que influenciam esse processo, o estado nutricional pré-gestacional exerce papel relevante no ganho de peso gestacional (GPG) excessivo. Nessa perspectiva, objetivou-se descrever a prevalência de GPG excessivo e avaliar a relação com o Índice de Massa Corporal (IMC) pré-gestacional. Trata-se de um estudo transversal, realizado de dezembro de 2022 a dezembro de 2024, com usuárias do sistema único de saúde. Foram consideradas elegíveis mulheres com idade igual ou superior a 18 anos, e filhos de até 2 anos em acompanhamento de puericultura em cinco Unidades Básicas de Saúde de Passo Fundo, Rio Grande do Sul. Após aprovação ética (n° 3.219.633), as participantes foram entrevistadas por acadêmicos de medicina previamente treinados. O desfecho analisado foi o GPG excessivo, calculado pela diferença entre peso final e inicial autorreferido e com as classificações de limite de ganho ponderal estabelecidas a partir das recomendações brasileiras publicadas em 2022. As variáveis independentes incluíram idade, cor da pele, escolaridade, renda, situação conjugal e estado nutricional pré-gestacional. A prevalência de GPG excessivo foi apresentada com intervalo de confiança de 95% (IC95) e distribuída segundo as categorias do IMC pré-gestacional (teste qui-quadrado, erro alfa de 5%). A amostra incluiu 341 mulheres, predominando aquelas de 18 a 29 anos (73,0%), cor branca (52,5%), ensino médio completo (39,4%), renda per capita inferior a 1 salário-mínimo (89,7%) e com cônjuge (74,8%). Quanto ao estado nutricional, 38,4% eram eutróficas e 61,6% apresentavam baixo peso, sobrepeso ou obesidade. A prevalência de GPG excessivo foi de 60% (IC95 54–66), mais alta nas mulheres com inadequação nutricional pré-gestacional (65,1%; p = 0,028) em comparação às eutróficas (51,9%). A elevada prevalência de GPG excessivo, principalmente entre mulheres com estado nutricional inadequado antes da gestação, reforça a necessidade de ações na Atenção Primária voltadas ao rastreamento nutricional, planejamento reprodutivo e promoção de hábitos saudáveis desde o período pré-concepcional para promover uma gestação saudável.
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