EXPLORANDO O REINO FUNGI: UMA ABORDAGEM INVESTIGATIVA NO ENSINO DE CIÊNCIAS

Resumo

O estudo do Reino Fungi nas escolas é frequentemente abordado de maneira expositiva e tradicional, especialmente em contextos onde há escassez de recursos, como microscópios e coleções biológicas. Este trabalho descreve uma experiência pedagógica desenvolvida no Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) – Interdisciplinar em Ciências, que implementou uma Sequência de Ensino Investigativa (SEI) com o objetivo de estimular a compreensão das características, diversidade e importância ecológica e econômica dos fungos. A experiência foi realizada no 7º ano do Colégio Estadual Marquês de Maricá, onde foram elaboradas duas aulas focadas no Reino Fungi. O propósito de tornar o aprendizado mais dinâmico e investigativo, conectando-o à realidade dos alunos. Para iniciar as aulas, foram propostas duas perguntas problema: “Você sabia que os fungos estão presentes ao nosso redor, mesmo sem serem vistos? Onde será que eles vivem e como podemos observá-los?”. Essas questões serviram como guia para as atividades e reflexões ao longo das aulas. Na primeira aula, os alunos tiveram a oportunidade de observar alimentos com mofo, possibilitando uma análise detalhada e a formulação de hipóteses sobre a origem e o crescimento dos fungos. Essa atividade despertou a curiosidade e incentivou a investigação. Após a observação, os alunos foram divididos em grupos para compartilhar suas descobertas. Em seguida, realizaram um estudo de caso, onde analisaram diferentes situações relacionadas aos fungos, identificando causas, propondo explicações e conectando suas hipóteses às características do Reino Fungi. Essa abordagem permitiu que os alunos construíssem conhecimentos fundamentais sobre a presença e a importância dos fungos no meio ambiente. Na segunda aula, o foco foi aprofundar e expandir o estudo de forma prática e contextualizada. Um experimento foi realizado para observar o processo de fermentação, permitindo que os alunos visualizassem como os fungos atuam nesse fenômeno. Durante a prática, os alunos foram incentivados a refletir sobre o que estava acontecendo no experimento, promovendo um aprendizado ativo. Para encerrar, foram apresentadas doenças causadas por fungos, levando os alunos a discutir o papel dos fungos como agentes patogênicos. Essa discussão envolveu uma análise crítica da informação, formulação de hipóteses e debate coletivo, enriquecendo ainda mais o aprendizado. De maneira geral, a sequência de aulas possibilitou que os alunos compreendessem o Reino Fungi integrando teoria e prática. Além de aprenderem sobre a estrutura, nutrição, reprodução e importância ecológica e econômica dos fungos, os estudantes desenvolveram habilidades de observação, investigação, formulação de hipóteses, reflexão crítica e argumentação. Essa experiência fortaleceu a compreensão dos alunos sobre o papel essencial dos fungos nos ecossistemas e na vida humana, demonstrando que o ensino de Ciências pode ser enriquecido por abordagens investigativas que conectam o conteúdo à realidade dos estudantes. Entretanto, a experiência também revelou desafios, especialmente em relação ao experimento, pois no primeiro dia estava muito frio, dificultando a realização das atividades práticas. Apesar dessas dificuldades, a experiência destacou a importância de metodologias ativas no ensino, que envolvem os alunos, mostrando que a curiosidade e a investigação são fundamentais para a educação científica.