REPENSANDO O REGISTRO DA PRIMEIRA ETAPA DO PROCESSO DE ENFERMAGEM EM TERAPIA INTENSIVA: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Palavras-chave:
processo de enfermagem, avaliação em enfermagem, cuidados de enfermagem, gestão em saúdeResumo
O presente trabalho apresenta um relato de experiência extensionista vivenciado por acadêmicas de Enfermagem da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), durante participação em reuniões realizadas no Hospital Regional do Oeste (HRO), em Chapecó-SC. Os encontros ocorreram em 26 de junho de 2025, nos períodos matutino e vespertino, e contaram com a presença de enfermeiros da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) adulto, professoras integrantes da Comissão do Processo de Enfermagem do HRO, representantes de instituições de ensino parceiras e acadêmicas convidadas vinculadas ao projeto de pesquisa e extensão “Raciocínio Clínico e Processo de Enfermagem”. O objetivo central das reuniões foi discutir e revisar o instrumento de Avaliação de Enfermagem, denominado no HRO como “avaliação inicial de enfermagem”, anteriormente conhecido como Histórico de Enfermagem, com vistas a adequá-lo tanto às reais necessidades do cuidado em terapia intensiva quanto ao referencial teórico adotado pela instituição: a Teoria das Necessidades Humanas Básicas, de Wanda Horta. As discussões, conduzidas pelas professoras, ressaltaram a importância da padronização dos registros conforme a Resolução COFEN nº 736/2024, reforçando o Processo de Enfermagem (PE) como ferramenta sistematizada para uma assistência segura, integral e individualizada. No HRO, a avaliação inicial corresponde ao primeiro contato entre enfermeiro e paciente, devendo ser realizada de forma completa, crítica e prática, contemplando dados de saúde prévios, condição clínica atual e descrição semiológica do paciente no momento da admissão na UTI. A pauta das reuniões incluiu: o déficit de informações observados na avaliação inicial de enfermagem; a diferenciação entre registros de enfermagem (avaliação inicial, evolução e anotações); a necessidade de otimização da estrutura do instrumento, favorecendo clareza, objetividade e aplicabilidade prática e alinhamento teórico filosófico. Para contemplar a visão da equipe, foi previamente disponibilizado um formulário online, por meio do qual os enfermeiros puderam registrar feedbacks e sugestões, assegurando um processo participativo, crítico e alinhado às necessidades do serviço. Durante as discussões, também foram identificados desafios relacionados à alta rotatividade de profissionais entre setores e no próprio hospital, aspecto que dificulta a continuidade, a padronização e a consolidação do Processo de Enfermagem. Para as acadêmicas, a experiência mostrou-se extremamente enriquecedora, possibilitando a observação da prática profissional voltada à qualificação dos registros e à efetiva aplicação do Processo de Enfermagem. Compreendeu-se que este processo ultrapassa o caráter normativo, constituindo-se em uma ferramenta essencial para garantir cuidado seguro, individualizado e centrado no paciente. Sua primeira etapa, a coleta de dados, merece destaque, uma vez que direciona a prática do enfermeiro e fundamenta a condução das demais etapas do PE. Vivenciar o alinhamento entre teoria e prática, por meio da adaptação de instrumentos à realidade institucional, reforçou a percepção do enfermeiro como profissional ativo, reflexivo e decisivo na assistência. Essa vivência contribuiu de forma significativa para a formação acadêmica e ética das discentes, fortalecendo o senso crítico e o compromisso profissional, além de reafirmar o valor da fundamentação teórica como suporte às decisões clínicas.
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