ANÁLISE COMPARATIVA DE INFORMAÇÕES HOSPITALARES DOS PROCEDIMENTOS DE APENDICECTOMIA ABERTA E APENDICECTOMIA POR VÍDEO NO RIO GRANDE DO SUL NO PERÍODO DE 2019 A 2024

Autores

  • Bárbara Lomonaco Vieira Silva
  • Brenda Camilla Sousa dos Santos
  • Isadora Oliveira Araújo
  • Jackson Menezes de Araújo
  • Jéssyca Batista de Freitas
  • Lucas Petrich
  • Maria Eduarda Gomes Machado
  • Ivana Loraine Lindemann

Palavras-chave:

apendicite, apendicectomia, cirurgia videoassistida, Rio Grande do Sul

Resumo

A apendicectomia é um procedimento cirúrgico indicado, principalmente, para o tratamento da apendicite aguda, com o objetivo de remover o apêndice vermiforme. A técnica aberta foi realizada pela primeira vez em 1886 por Fitz, enquanto a abordagem laparoscópica foi desenvolvida apenas em 1982, por Kurt Semm. Desde então, a videolaparoscopia passou a se destacar por proporcionar menor cicatriz e significativa redução nas taxas de infecção pós-operatória. Comparar informações hospitalares referentes aos procedimentos de apendicectomia aberta e videolaparoscópica no Rio Grande do Sul, no período de 2019 a 2024. Estudo ecológico, realizado com dados do Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde (SIH/SUS), obtidos por meio do Departamento de Informática do SUS (DATASUS). Foram coletados dados sobre óbitos e internações por apendicectomia aberta e por videolaparoscopia no Rio Grande do Sul, no período de 2019 a 2024. As variáveis analisadas foram: procedimento, caráter de atendimento, média de permanência e taxa de letalidade, sendo esta calculada a partir da divisão do número de óbitos pelo quantitativo de procedimentos realizados, com os resultados expressos em porcentagem. Por se tratar de dados agregados, de domínio público e sem identificação dos participantes, não foi necessária apreciação ética. No período analisado, ocorreram 56.214 internações por apendicite, das quais 94,7% (n=53.208) foram de caráter emergencial. A apendicectomia aberta foi realizada em 76,3% (n=40.616) dos casos. O tempo médio de permanência hospitalar foi de 3,1 dias para a videolaparoscopia, representando um aumento de 6,9% em comparação com os 2,9 dias da técnica aberta. No total, foram registrados 105 óbitos, sendo 96,2% (n=101) por apendicectomia aberta e 3,8% (n=4) por videolaparoscopia. Entre os óbitos, 94,3% (n=99) ocorreram em atendimentos de urgência, dos quais 96,9% (n=96) foram por apendicectomia aberta. A taxa de letalidade da apendicectomia aberta foi de 0,25%, o que representa um valor 733,3% superior ao da videolaparoscopia (0,03%). Entre 2019 e 2024, no Rio Grande do Sul, a maioria das internações por apendicite foi de caráter emergencial e tratada por meio da apendicectomia aberta. Apesar do maior tempo médio de internação observado na técnica videolaparoscópica, esta apresentou menor letalidade. Os resultados reforçam a importância de ampliar o acesso à videolaparoscopia no sistema público de saúde, tendo em vista seus benefícios clínicos, especialmente no que se refere à redução de óbitos.

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Publicado

24-10-2025

Edição

Seção

Ciências da Saúde - Pesquisa - Campus Passo Fundo