INFORMAR E TRANSFORMAR: EXPERIÊNCIAS DO PROJETO CAPACITANUTRI ROTULAGEM EM AÇÕES DE INTERVENÇÃO

Autores

  • Paulo Cesar do Valle UFFS
  • Emanueli Franz Berkenbrock UFFS
  • Letícia Klagenberg Chiapetti UFFS
  • Letícia Souza de Paula dos Santos UNISUAM
  • Elis Carolina de Souza Fatel UFFS
  • Julia Oliveira Penteado UFFS
  • Jucieli Weber UFFS
  • Edineia Paula Sartori Schmitz UFFS

Palavras-chave:

Nutrição, Ciência dos Alimentos, Rotulagem de Alimentos, Legislação de Alimentos, Relações Comunidade-Instituição

Resumo

A rotulagem é o principal meio de comunicação entre o produtor de alimentos e o seu consumidor, sendo definida como toda informação descritiva, gráfica ou textual presente em embalagens. Nesse contexto o CapacitaNutri Rotulagem é um projeto de extensão que, além de outras atividades, atua na confecção de rótulos e informações de rotulagem dos alimentos produzidos pela comunidade regional. Nesse processo de confecção oportuniza-se também a realização de intervenções, que caracterizam-se pela apresentação de propostas de reformulação das receitas, com o objetivo de proporcionar melhorias comerciais e nutricionais aos produtos. Para tanto, durante a seleção e descrição dos itens obrigatórios para rotulagem de determinado produto, observa-se se existe alguma mudança de baixa complexidade que poderia ser adotada a fim de remover advertências, simplificar a lista de ingredientes, adequar a denominação de venda e/ou melhorar o perfil nutricional dos produtos. Caso sejam identificadas tais possibilidades de melhoria, elas são apresentadas e explicadas ao produtor no dia da reunião de finalização dos trabalhos, onde são entregues os rótulos e informações de rotulagem feitos tal qual informado pelo produtor. Uma vez que as reformulações sejam testadas e o produtor opte por adotá-las, ele deve entrar em contato com o projeto para que sejam confeccionados rótulos e informações de rotulagem adequados às novas receitas. Desde que o projeto iniciou suas atividades, foram propostas três intervenções. A primeira refere-se a um pão que era chamado pelo produtor de “pão integral”, porém observou-se que utilizava-se para sua produção uma farinha de trigo “mix com fibras”, que não adequa-se aos critérios estabelecidos pela legislação de alimentos integrais, dessa forma, sugeriu-se a substituição dessa farinha por uma integral para adequação da denominação de venda do produto. A segunda refere-se a um pão que aprestava 650,03 mg de sódio para 100 g, sendo que a legislação estabelece que todo produto que tenha mais de 600 mg de sódio para 100 g deve apresentar a advertência de alto teor de sódio, dessa forma, sugeriu-se diminuir 1 g de sal da receita, pois isso seria suficiente para deixar o pão com 585,9 mg de sódio para 100 g. A terceira refere-se a uma bala de banana que utilizava margarina como ingrediente, o que resultaria na aparição, na lista de ingredientes, de “margarina [óleos e gorduras vegetais totalmente hidrogenados e interesterificados (geneticamente modificados a partir de Agrobacterium tumefaciens, Bacillus thuringiensis e Streptomyces viridochromogenes), água, sal, leite em pó desnatado, soro de leite em pó e maltodextrina]”, além do simbolo de alimentos transgênicos no painel principal, acompanhado da advertência “contém gorduras vegetais, lecitina e óleos transgênicos”, dessa forma, sugeriu-se substituir a margarina por banha ou manteiga, visto que todos os demais produtos desse produtor utilizavam estes ingredientes em vez de margarina. Dessarte, observa-se que o projeto, desde o início de suas atividades, realizou a proposta de três intervenções, não limitando-se a apenas prestar um serviço a comunidade externa, mas também a aplicar o conhecimento adquirido e desenvolvido na universidade, promovendo assim, além do acesso à informação, melhorias comerciais e nutricionais aos produtos regionais.

Publicado

24-10-2025

Edição

Seção

Ciências Agrárias - Extensão & Cultura - Campus Realeza