USO DA MADEIRA NA PRODUÇÃO ARQUITETÔNICA

Autores

  • Maiara Fogali Piroca Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Ana Luiza Restello Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Larissa Dall’ Agnol Froener Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Luiza Schneider Nardelli Universidade Federal da Fronteira Sul

Palavras-chave:

Arquitetura; Sustentabilidade; Durabilidade; Tratamentos; Estruturas.

Resumo

Este trabalho apresenta o relato de uma atividade da disciplina de Materiais e a Obra, no curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), campus Erechim/RS. A madeira, ao longo da história da arquitetura, consolidou-se como um dos elementos construtivos mais versáteis e relevantes. Sua aplicação está associada não apenas às propriedades físico-mecânicas favoráveis, como resistência, flexibilidade e isolamento térmico, mas também a aspectos simbólicos e culturais de diferentes épocas e contextos. Sendo um recurso renovável, com emissão reduzida de gases poluentes em comparação ao concreto e ao aço, a madeira desempenha papel estratégico na promoção da construção sustentável, sobretudo quando proveniente de manejo florestal responsável. Seu comportamento varia conforme a origem e a espécie, e sua eficácia é influenciada por fatores como orientação das fibras, tratamentos e condições ambientais. A madeira é vulnerável a agentes de degradação biológicos, como fungos e insetos, e a fatores físicos e químicos, como umidade e poluição, que comprometem sua durabilidade. Para mitigar esses riscos, são necessárias estratégias arquitetônicas, como detalhamento construtivo adequado, escolha de espécies resistentes e manutenção periódica. Existem tecnologias de preservação da madeira, como o tratamento em autoclave com produtos como o CCA, que a protegem contra organismos. Outras técnicas incluem a modificação térmica, que aumenta a estabilidade dimensional e a resistência a ataques biológicos, e a aplicação de preservantes químicos, que garantem longevidade em diversas aplicações. A madeira apresenta comportamento peculiar frente ao fogo: queima superficialmente, formando uma camada carbonizada que isola e protege o interior, retardando o colapso estrutural. Apesar dessa resistência, exige cuidados específicos e respeito às normas, como a NBR 14432, que estabelece requisitos de segurança contra incêndio em edificações, orientando critérios de dimensionamento e medidas de proteção. Estratégias arquitetônicas incluem dimensionamento adequado das peças, uso de proteções passivas (gesso, tintas intumescentes) e aplicação de retardantes de chama, além de rotas de fuga planejadas. A manutenção preventiva é essencial para prolongar a vida útil, envolvendo escolha de madeiras tratadas, detalhes construtivos que evitem umidade, ventilação e aplicação regular de revestimentos. As intervenções corretivas vão desde substituição de peças comprometidas até reforços estruturais e tratamentos químicos localizados. Casos de referência, como o Museu da Língua Portuguesa, a Igreja Nossa Senhora do Carmo e a Capela de Monserrate, demonstram técnicas eficazes de restauração e conservação. Este trabalho investigou o uso da madeira na arquitetura contemporânea por meio de projetos arquitetônicos, discutindo seu potencial como material construtivo sustentável. A Casa na Areia, em Portugal, e a Residência Newberg, nos Estados Unidos, evidenciam a versatilidade estética e técnica da madeira, enquanto o Edifício Tamedia, na Suíça, apresenta seu emprego estrutural em larga escala. A madeira não é apenas um recurso estrutural, mas um material vivo que oferece conforto térmico e sonoro, e contribui para a redução dos impactos ambientais, se derivada de fontes responsáveis. Embora apresente vantagens como leveza e eficiência energética, possui limitações ligadas à durabilidade, ao fogo e à manutenção. Assim, reafirma-se como alternativa viável e expressiva na busca por uma arquitetura inovadora e sustentável.

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Publicado

24-10-2025

Edição

Seção

Ciências Sociais Aplicadas - Ensino - Campus Erechim