REALEZA PRETA TAMBÉM FAZ HISTÓRIA: ENSINO DA HISTÓRIA DA ÁFRICANO PIBID
Palavras-chave:
Ensino de História, Protagonismo feminino negro, PIBID, Práticas pedagógicasResumo
Atualmente, a estudante Elen Peretto participa do subprojeto PIBID de História, acompanhando as aulas do professor Cássio Barbieri na escola EEB Professora Zélia Scharf nas turmas de sextos e sétimos anos do ensino fundamental. Essa vivência tem sido extremamente significativa para sua formação enquanto licencianda em História, pois lhe possibilita experienciar o cotidiano escolar, observar práticas pedagógicas reais e desenvolver, na prática, minha percepção crítica e sensível sobre o ensino da disciplina. A partir das suas observações, ela pôde identificar quais estratégias metodológicas despertam maior interesse nos alunos e quais não geram engajamento e essa análise tem sido fundamental para o planejamento de uma aula mais eficaz, conectada à realidade e aos interesses dos estudantes. A sua proposta se insere no conteúdo de História da África e tem como objetivo apresentar a trajetória da rainha Nzinga Mbandi, figura central na resistência contra o domínio português no território que hoje corresponde à Angola. Como estratégia de acolhimento e aproximação, iniciou o planejamento da aula com a música “Amina”, da dupla Tasha & Tracie. A canção apresenta uma letra que trabalha o empoderamento feminino, ancestralidade africana e influências na cultura brasileira, protagonismo de mulheres negras e referências à cultura periférica. A ideia de utilizar a música é cativar os estudantes para o conteúdo, considerando que ela viralizou nas redes sociais, especialmente entre os jovens. Aproximar-se de seu repertório cultural, trazê-lo para a sala de aula e transformá-lo em conhecimento histórico é um passo importante para fomentar o interesse e criar vínculos com a disciplina. Após a escuta da música, será feita uma breve contextualização sobre a rainha Amina de Zazzau, para então aprofundar o conteúdo sobre Nzinga Mbandi. Líder do reino de Ndongo e Matamba, Nzinga foi uma estrategista política e militar notável. Durante décadas, resistiu à ocupação portuguesa por meio de alianças, negociações diplomáticas e confronto direto. Sua liderança inspirou estratégias de resistência em quilombos no Brasil, influenciou a Revolução Haitiana e serviu de referência nos processos de independência africana no século XX. Até hoje, Nzinga é homenageada em Angola como heroína nacional, sendo lembrada por sua resistência, liderança e coragem. Destaca-se a importância de trabalhar sobre personalidades históricas como Nzinga, pois isso permite evidenciar histórias que foram longamente negligenciadas e silenciadas. Ao apresentar lideranças africanas que resistiram ao colonialismo, busca-se estimular o pensamento crítico e o debate em sala de aula, rompendo com visões eurocêntricas e contribuindo para uma formação mais consciente. Além disso, a valorização de narrativas africanas atua diretamente no combate à desinformação histórica, ao promover o reconhecimento de múltiplas perspectivas e fortalecer uma compreensão mais ampla, justa e plural do passado.
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