DOCÊNCIA EM RESISTÊNCIA: SINDICATOS E A DEFESA DAS CONDIÇÕES DE TRABALHO
Palavras-chave:
Trabalho docente, Sindicatos, Valorização do magistério, Políticas educacionais , NeoliberalismoResumo
O presente trabalho tem como objetivo discutir as condições de trabalho docente e a atuação dos sindicatos como instrumentos fundamentais na luta pela valorização da categoria. A análise parte de referenciais histórico-críticos que permitem compreender o papel do Estado e das políticas públicas na definição das condições materiais de exercício da docência. O estudo tem por objetivo articular as contribuições de autores que abordam o trabalho docente, a profissionalização e os impactos das transformações sociais, políticas e econômicas no cotidiano escolar. A metodologia é qualitativa de análise documental (autores clássicos). A perspectiva marxista orienta a compreensão da educação como parte de um sistema de produção socialmente determinado, no qual a escola se configura como espaço de disputa ideológica. Nesse sentido, autores como Michael Apple (2006) e Antônio Gramsci (1988) ajudam a evidenciar como as condições de trabalho influenciam a prática pedagógica e a formação crítica dos sujeitos. A precarização do trabalho docente é interpretada como resultado de políticas neoliberais, apontadas por Gaudêncio Frigotto (2001), que fragilizam direitos trabalhistas, ampliam desigualdades e comprometem a dignidade profissional. Outro eixo de análise considera a profissionalização docente, destacada por José Carlos Libâneo (2012) e Marisa Vorraber Costa (1995), que discutem a valorização da carreira e a construção da identidade profissional em meio a desafios estruturais. A desvalorização salarial, a sobrecarga de trabalho e as condições materiais insuficientes tornam-se barreiras à efetiva consolidação de um magistério reconhecido e respeitado socialmente. No campo específico da ação sindical, Marilena Chauí (2001) ressalta o papel dos movimentos sociais na defesa da cidadania e dos direitos coletivos, enquanto Dalila Andrade Oliveira (2010) evidencia como os sindicatos não apenas protegem a categoria, mas também influenciam políticas públicas e constroem resistências frente às adversidades. Henry Giroux (2015), por sua vez, aponta que, em tempos de neoliberalismo, a educação permanece como um espaço estratégico de luta contra a opressão, sendo os sindicatos atores centrais na defesa de uma escola democrática e justa. Dessa forma, compreender os sindicatos como agentes de transformação social significa reconhecer sua importância na construção de condições dignas de trabalho docente. A luta sindical contribui para reposicionar o professor como sujeito político ativo, ampliando sua participação nas discussões sobre políticas educacionais e fortalecendo a categoria diante das constantes ameaças de precarização. O presente estudo propõe um diálogo crítico entre diferentes autores e correntes de pensamento, com ênfase nas condições de trabalho docente e na centralidade dos sindicatos como instrumentos de luta e resistência.
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