TRAÇOS DA TERRA: GRAFISMOS INDÍGENAS NA UFFS

Autores

Palavras-chave:

povos indígenas; diversidade; grafismo indígena.

Resumo

A presença de estudantes indígenas na Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) constitui um marco fundamental na construção de uma instituição plural, inclusiva e comprometida com a diversidade cultural e social, e, nesse contexto, os grafismos indígenas se apresentam como formas visuais de expressão identitária que comunicam histórias, modos de vida e pertencimento, constituindo um patrimônio cultural que resiste no cotidiano acadêmico. Reconhecendo esse valor simbólico, o projeto de Cultura “Traços da Terra” surge como uma iniciativa voltada à valorização dos saberes ancestrais, promovendo a visibilidade das culturas indígenas por meio da arte e do diálogo intercultural. O projeto tem como objetivo geral valorizar a diversidade étnica dos estudantes indígenas da UFFS por meio do entendimento dos grafismos tradicionais enquanto expressão cultural, identidade e resistência, estabelecendo ainda como objetivos específicos a realização de oficinas e rodas de conversa que articulem estudantes indígenas e comunidade acadêmica, o estímulo ao protagonismo indígena na produção e no compartilhamento de saberes, o desenvolvimento de intervenções artísticas com grafismos nos espaços da universidade, a documentação e divulgação dos processos e resultados em formato digital e físico e, finalmente, a contribuição para a consolidação de uma cultura universitária mais inclusiva, intercultural e sensível à diversidade étnica. A justificativa do projeto parte do reconhecimento de que, em um cenário marcado pela invisibilização dos Povos indígenas e por apagamentos simbólicos históricos, é importante fortalecer a presença e a visibilidade destes Povos em espaços institucionais, e a UFFS, ao acolher estudantes de diferentes etnias, possui o potencial de construir pontes entre conhecimentos tradicionais e acadêmicos. Nesse sentido, o projeto “Traços da Terra” busca promover a visibilidade das culturas indígenas no espaço acadêmico, contribuindo para a valorização da diversidade, o combate ao preconceito e a construção de uma universidade mais equitativa. Ao articular educação, arte e cultura, a iniciativa se configura como uma ferramenta de transformação social que fortalece a identidade indígena e amplia o diálogo intercultural. Assim, não apenas valoriza os saberes ancestrais, mas também reafirma a universidade como espaço de convivência e de construção coletiva do conhecimento.

Biografia do Autor

  • Drª Fernanda Machado Dill, Universidade Federal da Fronteira Sul

    Doutorado em Arquitetura e Urbanismo pelo Programa de Pós graduação em arquitetura e Urbanismo da UFSC. Mestrado em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal de Santa Catarina (2016). Graduação em Arquitetura e Urbanismo em Design de produto | Tecnologia em Móveis. Atua principalmente nos seguintes temas: Linguagem espacial; Arquitetura, Design e sustentabilidade Cultural; Configuração espacial em comunidades indígenas; representação espacial de práticas culturais; responsabilidade ambiental e social da arquitetura; Cultura e Espaço Kaingang e Identidade espacial. Realizou pesquisa em nível de Pós doutorado na área de categorias de análise socioespacial em etapas pré-concepção no processo de projeto em arquitetura e urbanismo. Atualmente é professora do Curso de arquitetura e urbanismo na Universidade Federal da Fronteira Sul - UFFS e realiza pesquisa de Pós-doutorado na UFSM (Universidade Federal de Santa Maria) na área de prototipagem rápida e fabricação digital ligada ao processo de projeto em Arquitetura e Urbanismo. 

  • Jeisseny Mickelle Dias Pinêdo, Universidade Federal da Fronteira Sul

    Graduanda em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), com envolvimento em pesquisas e projetos voltados aos espaços de acolhimento indígena, feiras de artesanato e grafismo indígena. Apresentou, em dois anos consecutivos, trabalhos de resumo expandido nos Encontros Nacionais de Estudantes Indígenas (ENEI), recebendo menção honrosa por um dos trabalhos sobre espaços de acolhimento. É autora do RESUMO EXPANDIDO - ORGANIZAÇÃO DO ARTESANATO NA AMAU, na revista Anais do XV CODS - Colóquio Organizações, Desenvolvimento e Sustentabilidade (v. 15, 2024). Atualmente, integra o projeto de cultura sobre grafismo indígena e representa o coletivo de estudantes indígenas da UFFS, atuando ativamente nas pautas de permanência estudantil. Possui habilidades no uso do software Archicad para desenvolvimento de projetos arquitetônicos. Formada técnica em Secretariado pelo Centro de Educação Tecnológica do Amazonas (CETAM) em 2015 e técnica em Agropecuária pelo Instituto Federal do Amazonas (IFAM) em 2022.

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Publicado

24-10-2025

Edição

Seção

Ciências Sociais Aplicadas - Extensão & Cultura - Campus Erechim