PERCURSOS INVESTIGATIVOS NA EDUCAÇÃO INFANTIL: REFLEXÕES A PARTIR DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO.
Palavras-chave:
Educação Infantil; Estágio Supervisionado; Protagonismo Infantil.Resumo
O presente trabalho emerge de uma experiência de Estágio Supervisionado em Educação Infantil, desenvolvido no segundo semestre de 2024, no curso de Licenciatura em Pedagogia da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) – Campus Erechim, no componente curricular Estágio Supervisionado em Educação Infantil. O tema “Brincando e aprendendo: a massinha de modelar como proposição de investigação na infância” surgiu a partir do processo de observação realizado pela estagiária durante o estágio, no qual se buscou compreender os interesses e desejos das crianças. A partir dessa escuta atenta e da valorização do protagonismo infantil, identificou-se a curiosidade do grupo em aprofundar explorações com a massinha de modelar, que se consolidou como eixo central do trabalho. Diante disso, este estudo teve como objetivo geral investigar de que maneira percursos investigativos, emergentes do interesse das crianças, podem favorecer aprendizagens na Educação Infantil e, ao mesmo tempo, contribuir para a formação inicial docente. A metodologia enquadrou-se em uma abordagem qualitativa,
de natureza descritiva e exploratória. A coleta de dados ocorreu durante o processo de estágio, por meio da observação participante, na qual a estagiária realizou registros em anotações, fotografias, vídeos e mini-histórias. Também foram utilizados a documentação pedagógica e o
relatório do estágio, que serviram como recursos de análise e reflexão. Os resultados apontaram que o respeito às investigações infantis e a valorização de suas hipóteses configuraram-se como elementos essenciais para a construção do conhecimento. A escolha da massinha de modelar
como foco das propostas pedagógicas possibilitou múltiplas vivências de criação, imaginação e exploração sensorial, favorecendo o desenvolvimento da coordenação motora fina, da linguagem oral, da socialização e da autonomia das crianças. Observou-se, ainda, que a
necessidade de adaptações ao longo do estágio, em função de imprevistos climáticos e demandas institucionais, destacou a importância da flexibilidade pedagógica e da intencionalidade no planejamento, assegurando a continuidade dos percursos investigativos. Outro achado relevante foi a constatação de que a documentação pedagógica se mostrou um instrumento fundamental para tornar visível o protagonismo infantil, permitindo que crianças, famílias e a própria estagiária acompanhassem e refletissem sobre o processo de aprendizagem. Conclui-se, com este estudo, que os percursos investigativos, quando emergem dos interesses das crianças, contribuem para a construção de saberes na Educação Infantil e, ao mesmo tempo, ampliam a formação inicial docente, favorecendo um olhar mais sensível, investigativo e reflexivo sobre a prática pedagógica. A vivência possibilitou compreender que a formação do professor envolve lidar com incertezas, desafios e frustrações, mas também com descobertas, ressignificações e aprendizagens constantes. Nesse sentido, reafirma-se que a qualidade da Educação Infantil se constrói no reconhecimento das crianças como sujeitos de direitos, na
valorização da escuta e da interação e na elaboração de práticas que promovam processos investigativos, consolidando o estágio como espaço formativo, de descobertas e de fortalecimento do papel docente.
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