A EDUCAÇÃO EM SAÚDE SOBRE O USO DE DISPOSITIVOS ELETRÔNICOS PARA FUMAR COMO ESTRATÉGIA DE PROMOÇÃO À SAÚDE RESPIRATÓRIA DE ADOLESCENTES EM UMA ESCOLA DE PASSO FUNDO/RS
Palavras-chave:
sistemas eletrônicos de liberação de nicotina, saúde do adolescente, educação em saúde, saúde pública, prevenção primáriaResumo
O uso dos dispositivos eletrônicos para fumar vem se consolidando como um problema emergente de saúde pública, sobretudo entre adolescentes, faixa etária marcada pela vulnerabilidade às influências sociais e pela experimentação de novas práticas. Frequentemente compreendido de forma equivocada como alternativa menos nociva ao cigarro tradicional, o dispositivo tem sua popularização associada à publicidade, ao apelo tecnológico e à falsa percepção de segurança, fatores que contribuem para o aumento progressivo de seu consumo. Entretanto, estudos evidenciam que os aerossóis inalados contêm substâncias tóxicas capazes de provocar inflamação, comprometimento da função pulmonar e o desenvolvimento de doenças respiratórias graves, com potencial risco de morte. Diante disso, torna-se essencial a implementação de estratégias que promovam a conscientização crítica, desmistifiquem informações equivocadas e fortaleçam práticas de autocuidado, visto que é entre o público jovem que se observa a maior prevalência do uso desses dispositivos, justificando ações educativas voltadas especialmente para esse grupo. É nesse contexto que se estruturou a intervenção na Escola Estadual de Ensino Médio Alberto Pasqualini, em Passo Fundo/RS, com estudantes do 8º e 9º ano, no âmbito da disciplina de Saúde Coletiva II, no semestre de 2024.2, buscando aproximar o conhecimento científico da realidade juvenil e estimular a formação de sujeitos mais conscientes sobre os riscos dispositivos eletrônicos para fumar. Quanto à metodologia, inicialmente, realizou-se uma explanação acerca do funcionamento dos dispositivos, suas substâncias constituintes e os impactos deletérios sobre o sistema respiratório, destacando sua relação com o desenvolvimento de patologias graves. No segundo momento, empregou-se uma atividade interativa por meio de um quiz educativo, no qual os participantes utilizaram plaquinhas de “Verdadeiro” e “Falso” para responder às afirmações propostas. Essa estratégia lúdica estimulou a participação ativa dos alunos, além de possibilitar a identificação de lacunas no conhecimento prévio sobre o tema. Posteriormente, aplicou-se a dinâmica da “caixinha de dúvidas”, em que os estudantes puderam, de forma anônima, registrar questionamentos a serem esclarecidos pelo grupo interventor, favorecendo um ambiente de segurança e acolhimento. Por fim, foram distribuídos materiais educativos como reforço simbólico da mensagem de promoção da saúde. A intervenção evidenciou elevado interesse dos adolescentes pelo tema, que apresentaram conhecimentos fragmentados e frequentemente permeados por informações equivocadas disseminadas socialmente. A utilização de metodologias participativas e interativas mostrou-se eficaz para aproximar o conteúdo científico da realidade dos jovens, fortalecendo a autonomia e o senso crítico frente às pressões sociais relacionadas ao uso de substâncias. A atividade extensionista evidenciou a necessidade de uma linguagem médica mais acessível, capaz de dialogar com diferentes faixas etárias, principalmente para garantir prevenção mais assertiva e reduzir complicações relacionadas ao uso de dispositivos eletrônicos de fumar. Portanto, a ação contribuiu não apenas para o processo de ensino-aprendizagem dos discentes envolvidos, mas também para a formação médica humanizada, ao possibilitar a vivência prática de estratégias de educação em saúde. Assim, reforça-se a importância de ações permanentes nas escolas, que ampliem o diálogo sobre prevenção, autocuidado e promoção de saúde, bem como promovam o combate à desinformação, diante dos desafios impostos pela popularização de dispositivos eletrônicos de fumar.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Isadora Araújo, Guilherme Mamede da Costa, Gabriela Kozak Rosin, Joyce dos Anjos Almeida, Ana Jhulia Dantas Bezerra, Maria Eduarda Antunes Aragão, Douglas da Silva Pereira, Yana Tamara Tomasi.

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.

