A EDUCAÇÃO EM SAÚDE SOBRE O USO DE DISPOSITIVOS ELETRÔNICOS PARA FUMAR COMO ESTRATÉGIA DE PROMOÇÃO À SAÚDE RESPIRATÓRIA DE ADOLESCENTES EM UMA ESCOLA DE PASSO FUNDO/RS

Autores

  • Isadora Araújo UFFS
  • Guilherme Mamede da Costa
  • Gabriela Kozak Rosin
  • Joyce dos Anjos Almeida
  • Ana Jhulia Dantas Bezerra
  • Maria Eduarda Antunes Aragão
  • Douglas da Silva Pereira
  • Yana Tamara Tomasi.

Palavras-chave:

sistemas eletrônicos de liberação de nicotina, saúde do adolescente, educação em saúde, saúde pública, prevenção primária

Resumo

O uso dos dispositivos eletrônicos para fumar vem se consolidando como um problema emergente de saúde pública, sobretudo entre adolescentes, faixa etária marcada pela vulnerabilidade às influências sociais e pela experimentação de novas práticas. Frequentemente compreendido de forma equivocada como alternativa menos nociva ao cigarro tradicional, o dispositivo tem sua popularização associada à publicidade, ao apelo tecnológico e à falsa percepção de segurança, fatores que contribuem para o aumento progressivo de seu consumo. Entretanto, estudos evidenciam que os aerossóis inalados contêm substâncias tóxicas capazes de provocar inflamação, comprometimento da função pulmonar e o desenvolvimento de doenças respiratórias graves, com potencial risco de morte. Diante disso, torna-se essencial a implementação de estratégias que promovam a conscientização crítica, desmistifiquem informações equivocadas e fortaleçam práticas de autocuidado, visto que é entre o público jovem que se observa a maior prevalência do uso desses dispositivos, justificando ações educativas voltadas especialmente para esse grupo. É nesse contexto que se estruturou a intervenção na Escola Estadual de Ensino Médio Alberto Pasqualini, em Passo Fundo/RS, com estudantes do 8º e 9º ano, no âmbito da disciplina de Saúde Coletiva II, no semestre de 2024.2, buscando aproximar o conhecimento científico da realidade juvenil e estimular a formação de sujeitos mais conscientes sobre os riscos dispositivos eletrônicos para fumar. Quanto à metodologia, inicialmente, realizou-se uma explanação acerca do funcionamento dos dispositivos, suas substâncias constituintes e os impactos deletérios sobre o sistema respiratório, destacando sua relação com o desenvolvimento de patologias graves. No segundo momento, empregou-se uma atividade interativa por meio de um quiz educativo, no qual os participantes utilizaram plaquinhas de “Verdadeiro” e “Falso” para responder às afirmações propostas. Essa estratégia lúdica estimulou a participação ativa dos alunos, além de possibilitar a identificação de lacunas no conhecimento prévio sobre o tema. Posteriormente, aplicou-se a dinâmica da “caixinha de dúvidas”, em que os estudantes puderam, de forma anônima, registrar questionamentos a serem esclarecidos pelo grupo interventor, favorecendo um ambiente de segurança e acolhimento. Por fim, foram distribuídos materiais educativos como reforço simbólico da mensagem de promoção da saúde. A intervenção evidenciou elevado interesse dos adolescentes pelo tema, que apresentaram conhecimentos fragmentados e frequentemente permeados por informações equivocadas disseminadas socialmente. A utilização de metodologias participativas e interativas mostrou-se eficaz para aproximar o conteúdo científico da realidade dos jovens, fortalecendo a autonomia e o senso crítico frente às pressões sociais relacionadas ao uso de substâncias. A atividade extensionista evidenciou a necessidade de uma linguagem médica mais acessível, capaz de dialogar com diferentes faixas etárias, principalmente para garantir prevenção mais assertiva e reduzir complicações relacionadas ao uso de dispositivos eletrônicos de fumar. Portanto, a ação contribuiu não apenas para o processo de ensino-aprendizagem dos discentes envolvidos, mas também para a formação médica humanizada, ao possibilitar a vivência prática de estratégias de educação em saúde. Assim, reforça-se a importância de ações permanentes nas escolas, que ampliem o diálogo sobre prevenção, autocuidado e promoção de saúde, bem como promovam o combate à desinformação, diante dos desafios impostos pela popularização de dispositivos eletrônicos de fumar.

Downloads

Publicado

24-10-2025

Edição

Seção

Ciências da Saúde - Extensão & Cultura - Campus Passo Fundo