MÚSICA E SAÚDE MENTAL: UMA EXPERIÊNCIA SOCIAL, CONJUNTA E TERAPÊUTICA NA FESTA JUNINA DE UM CAPS DO OESTE CATARINENSE

Autores

  • Iago Alencar de Menezes UFFS
  • Gabriel Rodrigues UFFS
  • Kelvin Rocha UFFS
  • Vitória Midori Funai UFFS
  • Mariana Karlinski UFFS
  • Harlan Pessoa UFFS
  • Tatiana Gaffuri da Silva UFFS
  • Anderson Funai UFFS

Palavras-chave:

Música, Saúde mental, CAPS, Festa Junina, Memórias Afetivas

Resumo

Nas festividades juninas, a equipe do projeto de cultura IntegraSom foi gentilmente recebida pelo Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) "Viver com Sentido", no oeste de Santa Catarina (SC). O motivo do convite, em meio ao clima frio do inverno, era celebrar juntos a tradicional Festa Junina do CAPS, um evento que se revelou como uma valiosa experiência, não só de promoção da saúde mental, mas também de integração social. Esse relato de experiência em grupo descreve as atividades e os impactos observados durante a festividade, vista não apenas como um momento de lazer, mas como uma poderosa intervenção terapêutica na vida de todos os participantes envolvidos. O ambiente festivo, permeado por ritmos e melodias típicas, proporcionou uma atmosfera de leveza e alegria. A música, seja ela tocada, cantada ou dançada, emergiu como um instrumento central na promoção do bem-estar. Ao engajar-se nas danças e cantigas juninas, os usuários do CAPS foram estimulados a praticar a coordenação motora e a liberar tensões, contribuindo significativamente para a redução do estresse, inclusive por meio de uma competição entre eles de quem apresentava a melhor dança. Isso proporcionou a ativação de áreas cerebrais relacionadas à memória e à emoção, fomentando a cognição e a criação de memórias afetivas que, para sempre, ficarão registradas na mente de todos os presentes. Além disso, a celebração conjunta fortaleceu os laços sociais, promovendo o comportamento sociável e a sensação de pertencimento a um grupo, independente da alteração na saúde que cada um possuía. Outro ponto importante a ser ressaltado foi o apoio ao evento foi reforçado pela presença de representantes políticos da cidade em questão, um gesto que simboliza o comprometimento da gestão pública com a causa da saúde mental e com o trabalho do CAPS, muitas vezes não levado a sério em outras localidades. A festividade foi enriquecida por um autêntico banquete junino. As iguarias típicas, como bolo de milho, quentão, pipoca e cachorro-quente, não apenas aguçaram os sentidos, mas também resgatam tradições culturais, agregando um elemento de familiaridade e conforto. Ali, naquele momento, percebemos que não houve diferenciação nenhuma entre aqueles que não têm doenças mentais, daqueles que, porventura, apresentam alguma alteração, seja esquizofrenia, transtorno de humor bipolar, depressão ou ansiedade. Visivelmente, a arte, através da música, também se expressa como fator curativo e terapêutico. Ao final da festa, ficou claro que a experiência foi muito além de um simples evento comemorativo. A interação, a música e o ambiente seguro do CAPS criaram uma sinergia que tocou a todos, tornando a vivência única e exclusiva. A ação não apenas contribuiu, portanto, para a melhora do bem-estar geral, mas também demonstrou, na prática, como a união de atividades lúdicas e apoio social pode ter um impacto duradouro na vida de pessoas em tratamento medicamentoso, reafirmando o papel vital de instituições como o CAPS no cuidado integral à saúde mental.







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Publicado

24-10-2025

Edição

Seção

Ciências da Saúde - Extensão & Cultura - Campus Chapecó