DETERMINAÇÃO DE COBRE E ZINCO EM PLANTAS DE USO MEDICINAL

Autores

  • Nataly de Moura Schinvelski Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS)/Estudante
  • Manoela Lorentzen Harms Universidade Federal da Fronteira Sul UFFS/ Mestranda no Programa de pós-graduação em Ambiente e Tecnologias Sustentáveis
  • Dra. Nessana Dartora Universidade Federal da Fronteira Sul UFFS/ Docente campus Cerro Largo
  • Dra. Carla Pelegrin Universidade Federal da Fronteira Sul UFFS/ Docente campus Cerro Largo
  • Dr.Fabiano Cassol Universidade Federal da Fronteira Sul UFFS/ Docente campus Cerro Largo
  • Dra. Marlei Veiga dos Santos Universidade Federal da Fronteira Sul UFFS/ Docente campus Cerro Largo

Palavras-chave:

segurança alimentar; contaminação ambiental; absorção atômica; metais.

Resumo

No contexto agroecológico do Rio Grande do Sul, é essencial considerar que tanto o cobre quanto o zinco são amplamente utilizados em insumos agrícolas, desde fungicidas como calda bordalesa e mancozeb até fertilizantes químicos e dejetos suíno, o que pode elevar as concentrações desses metais nos solos e afetar a vegetação espontânea, como plantas de uso medicinal.  O uso de dejetos suínos na adubação tem o potencial de agregar micronutrientes metálicos e pode contribuir para a mobilização ou a persistência desses metais no solo, ainda que estudos específicos em plantas medicinais locais sejam escassos. Dado que muitas dessas espécies florescem nas margens de lavouras e áreas agrícolas tradicionais, a contaminação pode representar risco à segurança das infusões preparadas pela população. Esta pesquisa teve como objetivo a determinação dos metais cobre (Cu) e Zinco (Zn), nas espécies: Achyrocline satureioides (Lam.) DC. (marcela), Maytenus ilicifolia Mart. ex Reissek (espinheira-santa), Baccharis trimera (carqueja), Bauhinia Fortificata link (pata-de-vaca), Eugenia uniflora L(pitanga), Luehea divaricata Martius ex Zucc (açoita-cavalo), Phyllanthus niruri L. (quebra-pedra), Cunila microcephala Benth (poejo), Plantago australis Lam(tansagem) e Sida rhombifolia L. (guanxuma). As plantas selecionadas, coletadas em dois locais distintos e de crescimento espontâneo, foram lavadas, secas em estufa a 65 °C por 72 h e moídas em moinho analítico higienizado a cada operação. Aproximadamente 0,5 g de cada amostra foi submetido à digestão em duplicata com 8 mL de HNO₃ e 2 mL de HClO₄, em rampa de aquecimento de 80 a 150 °C por até 5 h. A confiabilidade do preparo foi verificada por ensaios de recuperação com adição de quantidades conhecidas dos metais. Os valores de recuperação encontrados permaneceram entre 90 e 102% para ambos os metais. A concentração dos metais foi determinada por espectrofotometria de absorção atômica em chama (FAAS). As curvas de calibração apresentaram linearidade satisfatória, com coeficiente de correlação (r) de 1,000 para Cu e 0,998 para Zn. Os limites de detecção (LD) e quantificação (LQ) foram, respectivamente, de 0,042 mg/L e 0,141 mg/L para Cu, e de 0,011 mg/L e 0,093 mg/L para Zn. As concentrações de Cu nas espécies analisadas variaram de 4,081 ± 0,4235 mg·kg⁻¹ na espinheira-santa até 57,008 ± 2,6577 mg·kg⁻¹ na tansagem. Para o Zn, os valores oscilaram entre 15,2973 ± 2,7278 mg·kg⁻¹ na pitangueira e 116,5654 ± 1,8854 mg·kg⁻¹ na quebra-pedra. Considerando os valores máximos de ingestão diária recomendados para adultos, as concentrações encontradas não indicam risco potencial à saúde humana em relação aos metais determinados.

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Publicado

24-10-2025

Edição

Seção

Ciências Exatas e da Terra - Pesquisa - Campus Cerro Largo