A RELEVÂNCIA DA PSICOMOTRICIDADE NA ALFABETIZAÇÃO DOS ALUNOS CANHOTOS: UMA ANÁLISE DO IMPACTO DO DESENVOLVIMENTO MOTOR NA APRENDIZAGEM DA LEITURA E ESCRITA

Autores

  • Ana Paula Levinski da Cunha UFFS
  • Ronaldo Aurélio Gimenes Garcia

Palavras-chave:

Psicomotricidade; Desenvolvimento; Canhoto; Aprendizagem

Resumo

A RELEVÂNCIA DA PSICOMOTRICIDADE NA ALFABETIZAÇÃO DOS ALUNOS CANHOTOS: UMA ANÁLISE DO IMPACTO DO DESENVOLVIMENTO MOTOR NA APRENDIZAGEM DA LEITURA E ESCRITA

 

CUNHA, A. P. L.[1]; GARCIA, R. A. G. [2]

 

Este estudo busca compreender de que maneira a psicomotricidade pode se tornar uma aliada significativa no processo de alfabetização de crianças canhotas, reconhecendo que aprender a ler e escrever vai muito além de memorizar. Alfabetizar é um gesto humano que envolve acolher o corpo, respeitar os ritmos, valorizar as experiências e dar espaço para que cada aluno expresse suas singularidades. Nos primeiros anos da vida escolar, o corpo é o primeiro e principal instrumento de aprendizagem, e é nele que a criança encontra apoio para se equilibrar, explorar o espaço ao seu redor, coordenar movimentos e, a partir daí, adquirir a segurança necessária para se expressar por meio da escrita. Aspectos como coordenação motora fina, controle postural, lateralidade e orientação espacial, embora fundamentais, ainda recebem pouca atenção na prática pedagógica. É nesse cenário que a psicomotricidade se revela como uma ferramenta potente, capaz de integrar corpo, mente e emoção e oferecer à alfabetização um caráter mais inclusivo e humanizado. A investigação foi desenvolvida como uma pesquisa qualitativa, pautada na Análise Textual Discursiva (ATD). A coleta de dados ocorreu por meio da análise de oito teses e dissertações disponíveis no repositório da CAPES, produzidas entre 1992 e 2021. A busca utilizou palavras-chave como “psicomotricidade”, “canhotos”, “desenvolvimento motor” e “aprendizagem”, além de combinações como “psicomotricidade e educação infantil” e “psicomotricidade, leitura e escrita”. Os trabalhos evidenciam que a psicomotricidade favorece o desenvolvimento do esquema corporal, amplia a consciência espacial e direcional, fortalece a coordenação motora fina e contribui para superar dificuldades de leitura e escrita. Crianças que participaram de intervenções psicomotoras mostraram avanços expressivos não apenas no campo motor, mas também em fluência de leitura, clareza da escrita e postura diante da aprendizagem. Outro ponto destacado foi a formação docente. Muitos professores ainda não têm preparo suficiente para lidar com a diversidade motora em sala de aula, o que inclui compreender as necessidades de alunos canhotos. Além disso, ajustes simples — como adaptação do mobiliário, reorganização do espaço ou orientação postural — podem ter impacto profundo na experiência escolar dos canhotos, promovendo maior conforto e segurança. Os achados reafirmam que a psicomotricidade não é apenas um conjunto de exercícios motores, mas uma abordagem que integra corpo, emoção e cognição como dimensões inseparáveis do desenvolvimento humano. Para os alunos canhotos, essa perspectiva é ainda mais significativa, pois abre espaço para que suas singularidades sejam respeitadas, fortalecendo não apenas as habilidades acadêmicas, mas também sua autoestima e bem-estar. Conclui-se que a psicomotricidade pode contribuir de forma efetiva para a alfabetização de alunos canhotos, ajudando-os a superar obstáculos invisíveis e tornando o processo de aprender a ler e escrever mais humano, inclusivo e significativo. Mais do que uma questão acadêmica, este estudo abre espaço para um diálogo: como tornar a escola um lugar onde cada criança, seja destra ou canhota, encontre apoio, reconhecimento e liberdade para aprender? Reconhecer que escrever com a mão esquerda é apenas uma das muitas formas possíveis de viver a infância e o conhecimento é um ato de inclusão e cuidado.

 

Palavras-chave: Psicomotricidade; Desenvolvimento; Canhoto; Aprendizagem.

Área do Conhecimento: Educação.

Origem: Pesquisa.

Instituição Financiadora/Agradecimentos: não houve.

Aspectos Éticos: dispensado de avaliação.

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Publicado

24-10-2025

Edição

Seção

Linguística, Letras e Artes - Pesquisa (TCC) - Campus Realeza